Logo Folha de Pernambuco

Economia

'Temos que passar a faca no Sistema S', diz secretário de Guedes sobre bolsa para jovens

A intenção do governo é usar recursos para financiar programa voltado ao treinamento profissional de jovens carentes

O secretário de política econômica do ministério da Economia, Adolfo SachsidaO secretário de política econômica do ministério da Economia, Adolfo Sachsida - Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, defendeu "passar a faca" no Sistema S com o objetivo de se obter recursos para o pagamento de bolsas para a qualificação de jovens carentes.

A intenção do governo é usar recursos do Sistema S para o financiamento de um novo programa voltado ao treinamento profissional de jovens carentes. Mas os dirigentes das entidades resistem à mudança.

"Temos que passar a faca no Sistema S para passar para o jovem carente", afirmou em live promovida pelo jornal Valor Econômico nesta sexta-feira (23). "Não podemos deixar uma geração inteira de jovens pobres ser sacrificada porque algum lobby não quer dar uma contribuição mais do que justa neste momento", afirmou.

Segundo ele, o desenho do programa prevê um pagamento de R$ 550 ao jovem que não tem condições de voltar aos estudos. Metade seria paga pelo Sistema S e a outra metade pela empresa para a qual o indivíduo trabalha.

No exemplo do secretário, o jovem poderia trabalhar pela manhã e à tarde passar por um treinamento profissional de duas ou três horas.

Segundo Sachsida, a previsão é que o programa demande R$ 6 bilhões em recursos do Sistema S -menos de um terço dos cerca de R$ 20 bilhões arrecadados pelo Sistema S por meio dos cofres públicos.

"Está na hora de o Sistema S ajudar. Temos um sistema que tem bilhões em caixa e em imóveis. Tem dirigentes que ganham R$ 60 mil por mês. É inaceitável esse sistema não aceitar contribuir com um programa de qualificação de jovens carentes", afirmou.

A fala de Sachsida resgata uma frase de 2018 do ministro Paulo Guedes (Economia). "Como é que você pode cortar isso, cortar aquilo e não cortar o Sistema S? Tem que meter a faca no sistema S também", afirmou Guedes em dezembro de 2018.

Mais de dois anos depois, no entanto, o governo não colocou em prática mudanças nas regras do Sistema -que reúne entidades como Sesc, Sebrae e Sesi.

As entidades não são integrantes da administração pública -embora recebam recursos arrecadados por ela. Por causa dessa dualidade, são pessoas jurídicas de direito privado chamadas de "paraestatais".

Veja também

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde
Bolsa de Nova York

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde

Câmera de segurança filma momento em que robô com IA convence outros a "deixarem seus empregos"
IA

Câmera de segurança filma momento em que robô com IA convence outros a "deixarem seus empregos"

Newsletter