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Threads, rival do Twitter, chega a 10 milhões de usuários sete horas após lançamento

Rede social, lançada na quarta-feira, prevê textos curtos de até 500 caracteres, com fotos, links e vídeos

Threads, nova rede social da MetaThreads, nova rede social da Meta - Foto: Reprodução/Twitter

Sete horas após seu lançamento, na noite de quarta-feira (5), o "Threads", rede social desenvolvida pela equipe do Instagram, ultrapassou a marca de 10 milhões de usuários, incluindo perfis de famosos. A informação foi divulgada por Mark Zuckerberg, dono da Meta, que controla o Facebook, o Instagram e o WhatsApp, em sua conta no Threads. No entanto, o número ainda está muito longe dos mais de 300 milhões do Twitter.

"Deveria haver um aplicativo de conversas públicas com mais de um bilhão de pessoas", disse o CEO da Meta em um post anterior no Threads. "O Twitter teve a oportunidade de fazer isso, mas não conseguiu. Esperamos que consigamos".

Veja as principais novidades da rede social:
O aplicativo Threads prevê que usuários publiquem textos curtos e participem de conversas públicas;

O usuário poderá fazer login usando a sua conta do Instagram e os posts podem ter até 500 caracteres. Links, fotos e vídeos de até 5 minutos também poderão ser incluídos;

Em breve, a Meta prevê tornar o Threads compatível com redes sociais abertas e interoperáveis, no que a empresa acredita que irá "moldar o futuro da internet"

No Threads, as pessoas podem postar textos e links e responder ou repassar mensagens de outros usuários. O aplicativo permitirá que os usuários transfiram suas listas de seguidores e nomes de contas existentes do Instagram, o aplicativo de compartilhamento de fotos e vídeos da Meta que conta com grandes marcas, celebridades e criadores entre seus mais de dois bilhões de usuários.

Muitos dos usuários influentes do Instagram vinham pedindo à empresa que criasse um aplicativo baseado em texto, de acordo com Connor Hayes, vice-presidente de produto.

"Os usuários estavam nos dizendo: 'Queremos uma alternativa ao que existe por aí e não queremos começar do zero e ter que construir um público a partir do zero'", disse Hayes em uma entrevista, sem mencionar especificamente o Twitter.

O Instagram e o Facebook, ambos de propriedade da Meta, têm um longo - e bem sucedido - histórico de cópia de produtos de concorrentes iniciantes na internet. O recurso Reels da empresa foi uma ''imitação'' do TikTok, aplicativo de vídeo curtos, e suas postagens que desaparecem no Stories seguiram a ascensão do Snapchat da Snap.

No passado, os aplicativos da Meta competiam indiretamente pela atenção do usuário com o Twitter, cortejando editores de notícias, políticos e outras pessoas de alto nível para que preferissem postar em um deles em vez do outro. A chegada do Threads marca a primeira vez que a Meta está lançando um aplicativo semelhante ao Twitter.

Na quarta-feira, Zuckerberg tuitou pela primeira vez em 11 anos - zoando seu rival bilionário, que, por sua vez, chamou o Instagram de falso. No post publicado na rede social do rival, o dono da Meta coloca uma imagem de um duelo de dois homens-aranhas.

O momento parece propício para a Meta. Desde que Musk adquiriu o Twitter por US$ 44 bilhões em outubro do ano passado, a empresa cortou milhares de funcionários, afrouxou suas políticas de moderação de conteúdo e colocou usuários e anunciantes em uma série de desafios técnicos.

O Twitter também está sofrendo financeiramente. A receita de publicidade da empresa com sede em São Francisco caiu 50%, disse Musk em março, e recentemente contratou Linda Yaccarino, executiva da NBCUniversal, como diretora executiva para tentar melhorar o relacionamento com as marcas.

Mesmo com o lançamento do Threads, o Twitter ainda está limitando quantos tuítes por dia os usuários podem visualizar.

Restrições levam usuários a buscar alternativas
Essas restrições são apenas o movimento mais recente que leva os usuários do Twitter a buscar alternativas. Mas a maioria dos adversários diretos anteriores da empresa, como Bluesky e Mastodon, não construiu redes grandes o suficiente para dar às postagens o alcance e o impacto que elas têm no Twitter. Muitas novas redes alternativas também estão desenvolvendo sistemas para gerenciar conteúdo nocivo, inapropriado ou violento.

O Threads embarcará todos os sistemas maduros da empresa, graças à infraestrutura existente do Instagram. O aplicativo terá as mesmas regras de conteúdo do Instagram, com os mesmos controles para silenciar e bloquear contas de assédio. Figuras públicas que têm contas verificadas no Instagram podem manter seus selos azuis no Threads. No início deste ano, o Twitter transformou a verificação em um recurso somente pago.

"As pessoas estão procurando uma experiência em que tenham mais controle e em que a segurança seja incorporada ao produto desde o início" disse Hayes.

Outro ponto de venda, segundo Hayes, é que o Threads é construído no mesmo protocolo de rede social ActivityPub que o Mastodon e outros aplicativos de mídia social descentralizados. Isso significa que as pessoas que constroem seguidores no Threads poderão usar o aplicativo para interagir com uma comunidade mais ampla além do Instagram. É o primeiro aplicativo Meta que será interoperável com produtos concorrentes, embora Hayes não tenha dado um cronograma para essa atualização.

O Threads também está sendo lançado sem anúncios - por enquanto, o foco é deixar o maior número possível de pessoas entusiasmadas com o produto, disse Hayes.

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