negócios

Transpetro quer lançar navio em junho de 2026 de olho em eleição

Plano da Transpetro prevê um total de 25 embarcações com investimento entre US$ 2 bi e US$ 2,5 bi. Licitação será internacional, mas com incentivos para estaleiros nacionais

TranspetroTranspetro - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Transpetro anunciou nesta segunda-feira (8) licitação a contratação de quatro navios de cabotagem de pequeno porte para operações de transporte de produtos derivados de petróleo na costa brasileira, conforme antecipou o colunista Lauro Jardim.

É o primeiro edital para adquirir embarcações do atual governo Lula.

A licitação será internacional, mas com alguns mecanismos para estimular a participação de empresas nacionais através de linhas com juros menores do Fundo da Marinha Mercante (FMM), gerido pelo BNDES. Além disso, também poderão participar empresas em recuperação judicial.

Sérgio Bacci, presidente da Transpetro, disse, em coletiva de imprensa, que a previsão é que o contratos sejam assinados ainda dezembro deste ano. O lançamento do primeiro navio (quando o casco vai para o mar para ser finalizado) será em junho de 2026, meses antes da eleição presidencial.

A entrega, no entanto, está previsa para fevereiro de 2027. Os demais navios serão lançados a cada seis meses, até meados de 2028. Cada unidade terá uma capacidade de 15 a 18 mil toneladas. O projeto atual contempla um total de 16 unidades.

"A licitação marca a retomada da frota própria da Petrobras. Esses navios são essenciais para a estatal vai reduzir a exposição da Petrobras com os preços de frete internacional. O lançamento do edital marca a fortalecimento da companhia. As aquisições de navio são um grande estímulo para a indústria naval e esperamos que os estaleiros nacionais aproveitem essa oportunidade. O projeto já estava maduro e a presidente Magda (Chambriard) o priorizou."

Em vídeo, Magda disse que a empresa ficará menos exposta a preços e terá redução de custos, além de reforçar a logística da empresa.

"Haverá a igualdade de condições para a indústria nacional e internacional. Espero que seja o início de uma sequência de novas contratações. Hoje é mais barato para a Petrobras construir do que afretar."

Segundo Fernando Mascarenhas, diretor Financeiro da Transpetro, destacou as taxas “competitivas”do Fundo de Marinha Mercante (FMM), que será acessada pela Petrobras caso a construção seja no Brasil:

"As taxas são competitivas do FMM, de 2,3% a 3,3 % ao ano para o sistema Petrobras por conta da análise de credito . Se comparar com a taxa da estatal, a taxa média dela foi de 6,5% no primeiro trimestre. E isso traz um benefício para a economicidade do projeto."

Ele frisou que os navios, segundo o edital, não tem um percentual mínimo de conteúdo local. Mas ressaltou que as melhores taxas do FMM contam com 65% de conteúdo local. Segundo a Transpetro, é possível ainda que estaleiros nacionais possam fazer consórcios com empresas internacionais.

O executivo lembrou ainda que o edital prevê uma espécie de equalização das ofertas de estaleiros nacionais levando em conta a isenção de imposto de importação.

"O armador, no caso a Petrobras, se construir lá fora, tem que pagar as taxas de importação, ICMS, PIS Cofins. Então, quem paga é o armador. E se for feito no Brasil, não há essa incidência do imposto. Para colocar na licitação, tivemos a preocupação de equalizar essas condições para a Petrobras ter os melhores preços. Ao abrir as propostas, vamos ver as alíquotas de imposto e ver as equalizações."

Com as novas condições, Bacci disse que há demanda de estaleiros no Brasil para os projetos:

"Hoje há vários estaleiros e todos estão aptos desde que se comprove as capacidades econômica e técnica, independente de estarem em recuperação judicial. Se algum navio não comprovar, será desclassificado. Os estaleiros nacionais vão responder a essa demanda. Acho que eles vão responder. Acho que vamos ter resposta de estaleiros nacionais e estrangeiros. Ha muito tempo não tínhamos demanda."

Para o presidente da Transpetro, o plano atual da Petrobras (de 2024 a 2028) prevê 16 navios ao todo.

"E agora temos esse quatro primeiros. Os outros 12 que estão no plano estão em estudo. A partir de agora vamos começara a estudar mais oito para lançar o edital até dezembro. E os outros 4 até meados do ano quem."

Ele lembrou que o novo PNG da Petrobras, para os anos de 2025-2029, vai ganhar outras nove nove unidades, chegando a um total de 25 navios, que também estão em estudo. A perspectiva é de um investimento conjunto entre US$ 2 e US$ 2,5 bi ao todo, disse Bacci.

"Vamos seguir o plano da Petrobras. Além desses 4, há gaseiros e navios de médio porte para combustível (entre 40 e 50 mil toneladas).A partir de agora teremos a trilha para ter um projeto aprovado."

Baccio não consegue prever o total de empregos que podem ser gerados, caso os navios sejam produzidos no Brasil. Em 2014, o total chegou a mais de 80 mil empregos diretos.

"Com esses quatro navios, não chegamos a esse patamar. A indústria naval precisa ter entrega perene para chegar uma curva de aprendizado."

Veja também

Voa Brasil chega a dois meses: veja destinos mais buscados por passageiros
AVIAÇÃO

Voa Brasil chega a dois meses: veja destinos mais buscados por passageiros

Americanas vai contratar cinco mil temporários para Black Friday e Natal
NEGÓCIOS

Americanas vai contratar cinco mil temporários para Black Friday e Natal

Newsletter