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Economia

Transportadoras de combustíveis fazem paralisação contra alta no preço do diesel

Segundo o Sindtanque-MG, o movimento ocorre em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e no Espírito Santo

Protesto em MGProtesto em MG - Foto: Divulgação/SindTanque

Transportadoras de combustíveis iniciaram uma paralisação em ao menos três estados na manhã desta quinta-feira (21), em protesto contra os altos preços dos combustíveis no país. Os manifestantes bloquearam a entrada de bases de distribuição de combustíveis, impedindo o carregamento dos produtos.

Segundo o Sindtanque-MG, o movimento ocorre em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e no Espírito Santo. Em Minas, diz o sindicato, cerca de 1.500 caminhões aderiram ao movimento, que começou no início da manhã com concentrações nas bases da Vibra (antiga BR Distribuidora), Shell, Ipiranga e Ale.

"Não aguentamos mais as altas dos combustíveis. O diesel representa hoje quase 70% do custo do frete. As transportadoras estão quebrando", diz o presidente da entidade, Irani Gomes. "Enquanto o governo não der uma satisfação para a categoria, a categoria não vai voltar a trabalhar."


No Rio, o Sindicomb (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes) diz que as distribuidoras próximas à Refinaria de Duque de Caxias fecharam as portas para evitar tumultos e depredações depois que os tanqueiros passaram a impedir a entrada de caminhões.

As distribuidoras informaram ao Sindcomb que tentavam retomar os carregamentos até o início da tarde. "Os postos do Rio seguem aguardando a normalização das entregas para poderem atender a sua clientela até o fim de semana", afirmou o sindicato.

Na semana passada, o preço médio do diesel no país bateu R$ 4,976 por litro, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). Em Rondônia e no Acre, já é possível encontrar o produto a mais de R$ 6 por litro.

Ainda assim, não há sinais de adesão dos caminhoneiros à paralisação das transportadoras. Essa categoria vem se reunindo mensalmente para analisar a situação e ameaça parar no dia 1º de novembro, caso o governo não atenda suas demandas.

A escalada dos preços dos combustíveis é um dos principais fatores de pressão sobre a inflação brasileira, que em setembro acelerou para 1,16%, a maior alta para o mês desde o início do Plano Real, quebrando a barreira simbólica dos dois dígitos no acumulado de 12 meses.

Para tentar reverter os impactos dos aumentos sobre sua popularidade, o presidente Jair Bolsonaro vem colocando o tema como principal prioridade do seu governo, com apoio do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Na semana passada, a Câmara aprovou projeto de lei que altera as regras de cobrança do ICMS, imposto estadual que vem sendo apontado erroneamente pelo governo como principal causa dos aumentos dos preços dos combustíveis.

Criticado por governadores e especialistas, o projeto promete reduzir em 7% o preço da gasolina. Os estados alegam que perderão R$ 24 bilhões por ano com a nova fórmula, que segundo eles não resolveria o problema da alta de preços.

Pelo contrário, os preços dos combustíveis permanecem pressionados pela recuperação das cotações do petróleo e pela alta do dólar, que chegou a bater R$ 5,67 nesta quinta, depois que o ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu licença para furar o teto de gastos.

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