Trump diz que vai anunciar novas tarifas sobre automóveis no início de abril
Presidente americano não forneceu detalhes sobre o escopo ou a taxa das possíveis tarifas. Também não está claro qual seria o impacto sobre veículos fabricados sob o acordo de livre comércio entre os EUA, Canadá e México
O presidente Donald Trump disse que revelará novas tarifas sobre automóveis, adicionando à sua onda de pesadas tarifas de importação enquanto busca reformular as relações comerciais globais e pressionar as empresas a transferirem a produção para os EUA.
“Nós vamos fazer isso por volta do dia 2 de abril”, disse Trump a imprensa nesta sexta-feira, no Salão Oval da Casa Branca, enquanto assinava ações executivas sobre a política energética.
Leia também
• Guerra comercial de Trump: Amorim diz que Brasil pode fazer coordenação com outros países
• Ucrânia perde desminadores após Trump suspender financiamento pelo Departamento de Estado dos EUA
• Lula diz que Estados Unidos não têm compromisso com meio ambiente e que Trump não deve vir à COP30
A medida é a mais recente em uma guerra comercial que se amplia rapidamente, à medida que Trump cumpre suas promessas de campanha de implementar tarifas abrangentes sobre aliados e rivais dos EUA.
Isso ocorre um dia depois de Trump revelar sua medida mais abrangente até o momento, ordenando que sua administração considere a imposição de tarifas recíprocas sobre vários parceiros comerciais, um esforço para lidar com o que ele diz ser um sistema que é tendencioso contra os EUA.
As tarifas recíprocas sobre países que têm impostos de importação sobre os produtos americanos podem ser implementadas já em abril. Essas tarifas são distintas das setoriais que Trump prometeu para os automóveis e ameaçou contra outras indústrias, incluindo energia, semicondutores e produtos farmacêuticos.
No início desta semana, ele também anunciou planos para aplicar uma tarifa de 25% sobre as importações de aço e alumínio.
A ameaça sobre os automóveis pode atingir algumas das maiores marcas do Japão, Alemanha e Coreia do Sul, colocando-as na mira de Trump. As importações representaram cerca de metade do mercado automotivo dos EUA no ano passado.
Cerca de 80% das vendas da Volkswagen nos EUA são importadas, enquanto 65% das vendas da Hyundai-Kia nos EUA são importadas, de acordo com dados da Global Data, uma empresa de pesquisa de mercado.
Neste sexta-feira, Trump não forneceu detalhes sobre o escopo ou a taxa das possíveis tarifas sobre automóveis. Também não está claro qual seria o impacto delas sobre veículos fabricados sob o acordo de livre comércio entre os EUA, Canadá e México. As cadeias de fornecimento da produção automotiva na América do Norte são altamente integradas.
Os vizinhos dos EUA, ambos grandes parceiros comerciais, já estão enfrentando uma ameaça de tarifa de 25% sobre as importações que Trump anunciou - e depois suspendeu até março - em uma tentativa de obter concessões do México e do Canadá sobre a segurança nas fronteiras, uma de suas principais prioridades.
Trump tem usado tarifas para obter concessões políticas de outras nações sobre imigração e o fluxo de drogas ilegais. E ele destacou as tarifas como uma ferramenta que, segundo ele, convencerá as empresas a transferirem a produção para os EUA.
Na campanha eleitoral, ele sugeriu que queria que as empresas automotivas alemãs se tornassem corporações americanas, um objetivo ambicioso que é improvável de se concretizar devido às barreiras comerciais.