Consumidor

Turistas terão que adiar planos de viagem, após enchentes no Rio Grande do Sul

Ainda sem previsão para voltar ao normal, cidades da Serra Gaúcha estão entre os destinos mais procurados. Consumidor pode remarcar datas ou cancelar pacotes, passagens e hospedagens, solicitando reembolso

A inviabilidade dos acessos por rodovias e aeroportos, a ameaça de rompimentos de barragens, afetaram diretamente as operações do setor de turismo em todo o estado do Rio Grande do Sul. A inviabilidade dos acessos por rodovias e aeroportos, a ameaça de rompimentos de barragens, afetaram diretamente as operações do setor de turismo em todo o estado do Rio Grande do Sul.  - Foto: Divulgação

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Com a chegada da alta temporada de inverno, turistas que planejaram suas viagens para destinos como Gramado, Canela, Bento Gonçalves e outros, no coração da Serra Gaúcha, terão que mudar os planos por conta das fortes enchentes que devastaram a região. A inviabilidade dos acessos por rodovias e aeroportos, a ameaça de rompimentos de barragens, afetaram diretamente as operações do setor de turismo em todo o estado do Rio Grande do Sul

Segundo dados do Sindicato do Turismo da Serra Gaúcha (SindTur) a estimativa é de que o setor acumule um prejuízo superior a R$ 500 milhões, do início de abril (quando os temporais começaram) até o fim julho. Gramado, o destino mais procurado, está com uma taxa de ocupação de 12%. O total representa um volume 50% menor em relação ao mesmo período dos outros anos. Só para se ter uma ideia, o turismo equivale a 86% da economia da cidade. 

Só agora as chuvas começaram a diminuir e as águas, que inundaram as cidades, estão baixando. A previsão é de que os municípios levem um tempo até serem recuperados. Diante disso, quem comprou passagens aéreas, reservou hotéis, adquiriu passeios, poderá remarcar as datas ou cancelar o pedido e solicitar reembolso. 

Janaina Vieira, gerente jurídica do Procon Recife, enfatizou o papel dos órgãos de defesa do consumidor em proteger os direitos dos viajantes afetados pelas condições climáticas adversas. "Os consumidores têm o direito de solicitar a remarcação de voos em até um ano da data original, sem penalidades. Além disso, em caso de impossibilidade de viajar, devem ser garantidos o reembolso total ou crédito para futuras viagens", explicou Vieira.

O advogado especialista em direito do consumidor, Hugo Souza, lembrou que situações como essa se enquadram como casos fortuitos ou de força maior, isentando os fornecedores de responsabilidade. "É importante que as empresas ofereçam opções flexíveis aos consumidores, como a remarcação de voos sem custos adicionais e, em alguns casos, o reembolso total sem cobrança de taxas", destacou Souza, acrescentando ainda que a cooperação entre empresas e consumidores é fundamental para garantir uma resolução justa e satisfatória para ambas as partes.

Pacotes

Patrícia Magalhães, Diretora Comercial da agência de viagens Avant Turismo PE, esclarece que, até o momento, seus clientes não foram diretamente afetados. Para as viagens previstas para o segundo semestre, a agência continua monitorando a situação, considerando que o aeroporto local estará interditado até setembro, pelo menos. Até agora, a agência vendeu pacotes para 20 pessoas. "São duas famílias, com aproximadamente 10 pessoas cada. Passagem aérea e hospedagem. Eles optaram por fechar os passeios nos próximos meses", explica Patrícia. 

Experiência

Logo que os temporais começaram a se intensificar, a estudante de enfermagem, Bianca Gabrielly, 19 anos, estava com sua mãe em Gramado participando de um congresso. A viagem tinha sido programada desde novembro do ano passado. “Fomos surpreendidas com mudanças nos voos e enfrentamos dificuldades no trajeto devido aos deslizamentos de terra e alagamentos. O que era para ser uma experiência agradável se tornou um desafio logístico e emocional. Nós íamos passar cinco dias, mas voltamos antes devido às mudanças nos voos e às condições climáticas", contou.

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