Comércio

Último dia para pagamento de 1ª parcela do 13º tem movimento fraco no Centro do Recife

No segundo ano de pandemia e crise econômica, não havia aquela multidão que se costuma ver nas ruas de São José.

Pouca gente em frente a lojas no bairro de São José, Centro do RecifePouca gente em frente a lojas no bairro de São José, Centro do Recife - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

No último dia para o pagamento da primeira parcela do 13º, o movimento no Centro do Recife, tradicional ponto do comércio da cidade, estava bastante tranquilo na manhã desta terça-feira (30). Mesmo com o dinheiro “integral”, sem os descontos de dezembro, não havia aquela multidão que se costuma ver em ruas como Nova, da Palma e das Calçadas, no bairro de São José.

No segundo ano de pandemia e crise econômica, a reportagem teve, inclusive, dificuldade de encontrar quem quisesse falar sobre o salário “a mais” pago pela soma das datas que extrapolam as quatro semanas em cada mês. Entre os pedestres, tinha quem estava só “a passear”, “vivia de bico” ou precisa “trabalhar dobrado” como autônomo para ganhar um extra no fim de ano.

“Está horrível”, desabafou uma comerciante da rua das Calçadas, que não quis se identificar. “Comparado com o ano passado, está pior. Era para ter melhorado desde o mês passado”, completou.

A percepção é compartilhada por outra vendedora, Rebeca Izabele, de 23 anos, que comercializa tiaras e bijuterias. Até as 11h15, quando conversou com a equipe, não tinha chegado nenhum cliente. Ela estava no ponto desde as 8h. “Está muito difícil. Em outros períodos, eu sozinha, nessa época do ano, não daria conta. Teria que ter mais uma pessoa e, talvez, mais outra”, contou.

Organização para o fim do ano
Acostumado a vir todo mês com a mulher, que trabalha como lojista, o advogado Romerito Silva também considerou fraca a movimentação. “Esperava muito mais”, comentou.

Para quem trabalha de forma autônoma, como ele, e não tem décimo-terceiro a receber, o jeito é se organizar para dar conta dos gastos neste período de confraternização. “A gente faz uma reserva para ter um valor extra no fim do ano e se preparar para o próximo, quando tem IPTU e matrícula escolar”, contou.

Mas, no meio de uma esvaziada rua da Palma, teve quem pôde usar o salário extra. A recepcionista de hotel Cássia Carla, 28, correu para aproveitar. “Recebi, vou gastar e já estou esperando a segunda parcela”, brincou ela, que veio comprar um armário para casa. “Veio em boa hora”, comemorou.

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