Um dia após deputados, senadores franceses também aprovam declaração contra acordo UE-Mercosul
Com 338 votos de um total de 348, parlamentares apoiam posição do governo de Emmanuel Macron, pressionado pelos agricultores do país, contra o avanço do tratado comercial.
A exemplo do que fizeram ontem os deputados da França, os senadores do país apoiaram hoje a oposição do governo ao acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul.
O Senado aprovou quase por unanimidade a oposição ao tratado, com 338 votos de um total de 348. No entanto, trata-se de uma votação simbólica, de apoio político à oposição de Macron. A negociação do acordo atualmente é de responsabilidade da Comissão Europeia.
A totalidade da classe política francesa, desde a esquerda radical até a extrema direita, manifestou oposição ao acordo em negociação entre os 27 países da UE e os membros do Mercosul: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
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No dia anterior, 484 dos 555 deputados haviam validado a posição do governo, que busca um apoio unânime do Parlamento para pressionar a Comissão Europeia nas negociações.
Esse duplo mandato do Parlamento "é uma mensagem forte que será ouvida" em outros países europeus, comemorou o ministro das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot.
"A dinâmica está a nosso favor" com a adesão da Polônia – outra grande potência agrícola europeia –, que também se opôs ao tratado, acrescentou ele.
"A França não quer o fim dos acordos comerciais nem o fim do comércio agrícola", mas exige "garantias sérias para [seus] agricultores", que, de outra forma, enfrentariam "uma concorrência insuportável", destacou a ministra da Agricultura, Annie Genevard.
A perspectiva de um acordo causa preocupação entre os agricultores europeus, que temem a chegada em massa de carne bovina, aves de corte ou açúcar, entre outros produtos.