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TECNOLOGIA

Um Telecom investe R$ 300 milhões em data center no Recife

Na primeira das três etapas, empreendimento contará com investimentos de R$ 50 milhões, mais de 150 racks e uma potência de 1 MW dedicada a equipamentos de TI

Foto: Carlos André Carvalho/Folha de Pernambuco

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A Atlantic Data Centers, unidade de negócios da Um Telecom, empresa especializada em infraestrutura de serviços digitais, está construindo o primeiro data center da marca, batizado de Recife1’, na capital pernambucana. Localizado no Parque Tecnológico de Eletrônicos e Tecnologias Associadas de Pernambuco (Parqtel), no bairro da Várzea, no Recife, o empreendimento, que terá três fases, vai demandar investimentos da ordem de R$ 300 milhões, ao longo de sete anos.

O Recife1, que contará com uma área de 14 mil metros quadrados e que começou a ser construído em dezembro último, só nessa primeira etapa contará com mais de 150 racks, uma potência de 1 MW dedicada a equipamentos de TI e recursos iniciais de R$ 50 milhões. O montante é financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES).

Nas duas etapas seguintes, serão adicionados o equivalente a pelos menos mais cinco vezes que a primeira – que ficará pronta em dezembro deste ano –, podendo chegar a 6 MW ou mais de carga de TI, tornando o empreendimento de alta escalabilidade e modularidade para crescer de acordo com a demanda.

“O Nordeste tem uma carência de data center, e o Recife está localizado de forma estratégica aqui na região. Estamos no centro do Nordeste, equidistante 800 quilômetros de praticamente todas as capitais, e nesse raio a gente tem 90% da população e também do PIB do Nordeste. Esses 90% representam o equivalente à população da Colômbia e também o equivalente ao PIB do Chile”, revelou o presidente da Atlantic Data Centers, Daniel Gomes.

Ecossistema
Para o vice-presidente da Atlantic, Joselito Bergamaschine, a ideia é transformar Pernambuco em um grande hub ou ecossistema de serviços digitais. Ainda de acordo com o executivo, a empresa atenderá big techs, operadoras de telefonia, ISPs, que são pequenos provedores da cidade, e o Porto Digital, que é o maior utilizador de nuvens do Brasil hoje.

“Então, basicamente a nuvem vai descer para o Recife e daqui vai ser entregue aos clientes B2B e B2C. Quando o usuário tira uma foto e manda para o Facebook, por exemplo, essa foto, hoje, em teoria, vai para Fortaleza. No passado, ia para São Paulo e, antes disso, ia para os Estados Unidos. Agora será armazenada aqui, dependendo do algoritmo que vai armazenar essa foto”, explicou Bergamaschine.

De acordo com o executivo, o Porto Digital vai comprar serviços da Um Telecom, mas pode e deve comprar também da Amazon, da Google ou da Microsoft. “Então, chamamos eles (o Porto Digital) de clientes dos nossos clientes. Os 18 mil funcionários do Porto e as 365 companhias são grandes clientes do nosso datar center. Podem ser clientes diretos também? Com certeza. Podem formar as nuvens deles, mas serão grandes clientes dos nossos clientes”, complementou.

Sustentabilidade
A sustentabilidade é uma das maiores preocupações dos sócios da empresa, que será praticamente alimentada por energia solar fotovoltaica, com geração proveniente da usina fotovoltaica da Um Telecom, que fica em São Caetano, no Agreste pernambucano. A usina possui capacidade de geração de 120 mil kWh/mês, contribuindo para a redução de emissões de carbono e reforçando o alinhamento da Atlantic com as melhores práticas ambientais, garantem os sócios.

No contexto global de data centers, o Brasil ocupa hoje uma posição privilegiada por sua matriz elétrica, com quase 90% de energia renovável, na comparação a uma média global, inferior a 50%. Já a Região Nordeste se destaca como líder nacional na geração de energia eólica e solar, o que reforça o alinhamento entre inovação tecnológica e sustentabilidade.

 

 

 

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