Logo Folha de Pernambuco

Economia

União Europeia anuncia 25 bilhões de euros contra crise do coronavírus

As prioridades serão pequenas empresas, manutenção de empregos e reforço dos sistemas de saúde

União EuropeiaUnião Europeia - Foto: AFP

A União Europeia anunciou um pacote de 25 bilhões de euros (cerca de R$ 140 bilhões) para combater a crise provocada pela epidemia do novo coronavírus. As prioridades serão pequenas empresas, manutenção de empregos e reforço dos sistemas de saúde. A Comissão Europeia (Poder Executivo do bloco que reúne 27 nações) pedirá ao Conselho (chefes de governo dos países membros) e ao Parlamento Europeu que aprovem na próxima semana o investimento de 7,5 bilhões de euros.

O anúncio responde a estimativas de que a economia europeia entre em recessão por causa do impacto da epidemia. Não há consenso sobre a necessidade de aumento de gastos do bloco entre os dois principais países da UE, Alemanha e França.

Enquanto o governo francês pressiona por um esforço centralizado, alemães defende que os países usem seus próprios recursos no combate à crise.

Leia também:
Banco Mundial anuncia fundo de contingência de US$ 12 bi para coronavírus
Bolsas de Valores da Europa sobem 3%, mas a de Tóquio cai


Maior economia da europa, a Alemanha anunciou na segunda um pacote de socorro e investimento. O país, no entanto, tem superávit em suas contas, situação diferente da da maioria dos membros da UE.

Desde o ano passado, com a atividade patinando para se recuperar da crise global de 2008, economistas e países como França e Itália começaram a defender uma expansão dos gastos públicos, mesmo que à custa de endividamento.

A janela para isso seriam as taxas de juros historicamente baixas, perto de zero ou até negativas. Analistas consideram alta a possibilidade de o Banco Central Europeu reduzi-las ainda mais nesta quinta (12), entre outras medidas para ampliar o crédito bancário na zona do euro.

Parte deles anunciou nesta terça pacotes para defender suas economias, com foco em evitar inadimplência, falências e desemprego. Para isso, porém, eles precisam que a União Europeia relaxe seus limites para gastos e endividamento público de seus membros.

Na tarde desta terça, a comissária de Competição, Margrethe Vestager, afirmou que as regras europeias admitem exceções em situações de emergência, nas quais estaria incluída a crise do coronavírus

A Itália, que já havia proposto um socorro de 7,5 bilhões de euros (quase R$ 45 bilhões), elevou o valor para 10 bilhões de euros, com moratória para o pagamento de dívidas e hipotecas.

Analistas preveem que a economia italiana encolha de 1,5% a 4,5% nos dois primeiros trimestres deste ano, como consequência da quarentena, da restrição de viagens e da paralisação de escolas e do setor de entretenimento.

Na França, cujo Banco Central reduziu a previsão de crescimento no primeiro semestre de 0,3% para 0,1%, o governo anunciou adiamento no pagamento de tributos para empresas em dificuldades e até mesmo devolução de tributos em casos mais graves.

Garantias a empréstimos e incentivos para que os bancos adiem o pagamento de débitos também são previstos. A França também vai adotar o sistema flexível de jornada de trabalho, na qual empresas podem reduzir a carga de seus funcionários, que têm parte da renda coberta pelo governo.

Na Espanha, que viveu nesta terça um dia de corrida aos supermercados, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou que pretende flexibilizar a jornada de trabalho para evitar demissões, ampliar linhas de crédito para empresas em dificuldade e postergar o pagamento de tributos.

Devem haver medidas de reforço do sistema de saúde e de socorro aos setores de turismo e transporte.

O plano anunciado pela Alemanha na segunda prevê facilitação de crédito e medidas de proteção de emprego. O governo alemão também pretende elevar investimentos públicos para tentar reanimar a economia.

No Reino Unido, que não faz mais parte da UE desde o final de janeiro, o governo deve propor um Orçamento ambicioso nesta quarta (11), com investimentos de longo prazo e recursos de curto prazo para ajudar o sistema de saúde pública.

Também são previstos pacotes de ajuda a empresas e indivíduos em risco de inadimplência.

Os investimentos deverão ser financiados com empréstimos, pondo fim a cerca de uma década de política de austeridade.

O Tesouro e o Banco Central britânico negociam com o sistema financeiro um plano para afrouxar os pagamentos de empréstimos prejudicados pelo coronavírus. O Banco Central deve facilitar as condições para os bancos que rolarem dívidas e atrasarem o pagamento de empréstimos.

Operadores britânicos acreditam que pode ser anunciado também um corte na taxa de juros, de 0,75% para 0,25%. Seria a taxa mais baixa da história do país.

Veja também

Governo bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024
Orçamento de 2024

Governo Federal bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde
Bolsa de Nova York

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde

Newsletter