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TECNOLOGIA

União Europeia anuncia investigação contra Apple, Google e Meta com nova lei digital

Processo pode resultar em multas robustas para as gigantes da internet

Big Techs são alvo de nova investigação da União Europeia por cumprimento de nova lei digitalBig Techs são alvo de nova investigação da União Europeia por cumprimento de nova lei digital - Foto: Kenzo Tribouillard/AFP

A União Europeia anunciou, nesta segunda-feira (25), que iniciou uma nova investigação contra a Apple, a Alphabet — empresa da Google — e a Meta — do Facebook—, sob as rédeas de uma nova lei digital. O processo, que analisa o monopólio das gigantes na internet, poderia resultar em multas robustas contra as Big Techs americanas.

A Comissão Europeia, o regulador contra monopólios empresariais da UE, anunciou que “suspeita que as medidas postas em prática pela Apple, Alphabet e Meta ficam aquém do cumprimento efetivo das suas obrigações ao abrigo do Ato de Mercados Digitais da Europa", também conhecida como DMA.

Desde 7 de março, seis das maiores empresas de tecnologia do mundo – Alphabet, Amazon, Apple, ByteDance, proprietária do TikTok, Meta e Microsoft – tiveram que cumprir o marco DMA da UE depois de serem chamadas de “gatekeepers”, como detentores do controle do consumo digital.

A DMA tem objetivos ambiciosos de criar um espaço mais justo na internet, restringindo a forma como as maiores empresas agem online, incluindo garantir que ofereçam mais opções aos utilizadores. Foi reconhecido que já ocorrem mudanças na atuação das Big Techs, mas a UE afirma que não foram o bastante para cumprir a demanda.

"Não estamos convencidos de que as soluções da Alphabet, Apple e Meta respeitem as suas obrigações de um espaço digital mais justo e aberto para os cidadãos e empresas europeias" disse o comissário de mercado interno da UE, Thierry Breton.

Segundo as novas regras, a comissão pode impor multas de até 10% do volume de negócios global total de uma empresa. Isso pode aumentar até 20% para reincidentes. Em circunstâncias extremas, a UE tem o poder de desmembrar empresas.

Ao contrário das regras tradicionais do bloco, que levaram as investigações contra Big Techs a durar anos, o DMA exige que os reguladores ajam rapidamente e concluam qualquer investigação no prazo de 12 meses após o seu início.

Possíveis restrições
As investigações desta segunda-feira estão focadas em saber se o Google Play da Alphabet e a App Store da Apple estão permitindo que os desenvolvedores de aplicativos mostrem ofertas aos consumidores, gratuitamente, fora desses mercados de aplicativos.

"A comissão está preocupada que as medidas da Alphabet e da Apple possam não ser totalmente compatíveis, pois impõem várias restrições e limitações" afirmou em comunicado.

A Alphabet também está sob suspeita de favorecer seus próprios serviços em resultados de pesquisa – como Google Shopping, Google Flights e Google Hotels – em detrimento dos rivais. A UE aplicou uma multa de 2,4 bilhões de euros, aproximadamente R$ 13 bilhões, à Google em 2017 por alegações semelhantes.

A Apple também está sendo investigada por permissões aos usuários, como a de desinstalar facilmente aplicativos em seu sistema operacional iOS e sobre o design da tela de escolha do navegador da web. De acordo com o DMA, os gatekeepers devem oferecer telas de escolha para navegadores da web e mecanismos de busca, em uma tentativa de nivelar o campo de atuação e oferecer mais opções aos usuários.

A Meta enfrenta mais problemas com seu modelo de assinatura sem anúncios, que já foi alvo de três reclamações desde seu lançamento em novembro. A Comissão teme que a “escolha binária” para os utilizadores da UE “possa não constituir uma alternativa real caso os utilizadores não dêem o seu consentimento, não atingindo assim o objetivo de impedir a acumulação de dados pessoais pelos controladores de acesso”.

A Meta enfrentou uma avalanche de problemas jurídicos na UE devido ao seu processamento de dados, incluindo uma multa de 1,2 bilhões de euros, aproximadamente R$ 6,5 bilhões, no ano passado por violações da privacidade de dados.

Boicotando a Apple
Num movimento separado, os reguladores também irão explorar se a Amazon pode estar favorecendo seus próprios produtos de marca na loja online. Os reguladores da UE também ordenaram que Alphabet, Amazon, Apple, Meta e Microsoft “retivessem certos documentos para monitorar a implementação e conformidade efetivas”.

O anúncio desta segunda-feira é mais um problema para a Apple, que enfrenta uma abundância de desafios legais em ambos os lados do Atlântico. Na semana passada, o Departamento de Justiça dos EUA processou a Apple, acusando a empresa de operar um monopólio no mercado de smartphones.

Isto aconteceu poucas semanas depois de a UE ter aplicado uma multa de 1,8 bilhões de euros, quase R$ 10 milhões, ao fabricante do iPhone por impedir os consumidores de adquirirem assinaturas de streaming de música mais baratas. A Apple disse que pediria revisão da multa da UE.

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