Uruguai, Paraguai, Chile, Peru e Suriname têm mais liberdade na internet na América do Sul
Esses países têm um nível de restrição à internet de 9%
Uruguai, Paraguai, Chile, Peru e Suriname são os países onde há maior liberdade na internet na América do Sul, segundo levantamento da empresa de ciber-segurança Comparitech.
Esses países têm um nível de restrição à internet de 9% (1 entre 11 critérios), porque limitam apenas o uso de sites de torrent, tecnologia de compartilhamento que permite baixar arquivos bem pesados rapidamente, mas que tem alta circulação de conteúdo pirata e vírus. Já o Brasil tem restrições de 18% (2/11), porque, além de restringir torrent, limita também certas tecnologias de voz pela internet.
O levantamento da Comparitech analisa o grau de liberdade digital em 175 países, levando em conta 11 critérios: restrição a sites de torrent, bloqueio ou derrubada de sites de torrent, restrição de pornografia, bloqueio de pornografia, restrição a conteúdo político, censura pesada a conteúdo político, restrição a redes sociais, bloqueio de redes sociais, restrição a VPNs (rede privada que permite disfarçar identidade online), bloqueio a VPNs, restrição a aplicativos de mensagens e VoIP (transmissão de voz pela internet, como Skype).
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No topo da lista dos países com mais violações de liberdades na internet estão os de sempre: Coreia do Norte e China. Essas duas nações se enquadram em 11 das 11 restrições mapeadas pela Comparitech.
"Não há nada que esses dois países não censurem pesadamente, dado seu enorme controle sobre toda a internet", diz o relatório. Usuários não conseguem acessar as redes sociais ocidentais, assistir a pornografia ou usar torrent ou VPN -embora alguns usuários consigam fazer gambiarras para escapar do controle estatal.
E todo conteúdo digital político é censurado e influenciado pelo governo. "Eles também bloqueiam os aplicativos de mensagem do exterior, forçando os residentes a usar os que foram criados dentro do país (e provavelmente são controlados), como o WeChat na China". Diferente do WhatsApp, O WeChat não tem criptografia de ponta a ponta e tem "backdoors" que permitem a terceiros acessar as mensagens.
O Irã vem logo depois na lista de países com mais restrições na internet, com 10 entre 11 categorias. Twitter, Facebook e YouTube são bloqueados, além de vários aplicativos de mensagens e VPNs. Em seguida, estão Belarus, Qatar, Síria, Tailândia, Turcomenistão e Emirados Árabes.
Na América do Sul, o pior país em liberdades na internet é a Venezuela (5/11), seguida de Equador e Guiana (com 3/11). Conteúdo político é restrito em metade dos 12 países da região, e censurado pesadamente pelo regime de Nicolás Maduro, que também limita o uso de redes sociais. O levantamento cita como possível restrição no Brasil o projeto de lei das fake news, que chegou a prever rastreabilidade de mensagens no WhatsApp.