Vale: novo presidente deve ter 'sensibilidade' para fechar acordo sobre Mariana, diz ministro
Segundo Silveira, gestão da empresa deve prezar pela prevenção para que novas tragédias não aconteçam novamente
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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta quarta-feira que o novo presidente da Vale, Gustavo Pimenta, deve ter sensibilidade para solucionar o acordo sobre o desastre ambiental em Mariana (MG).
Segundo Silveira, o acordo sobre a tragédia que aconteceu em novembro de 2015 é uma prioridade para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
— Espero que, por ser mineiro, tenha a sensibilidade humana para entender as necessidades de a gente solucionar rapidamente, já que o governo tem uma clareza de que seja necessário fazer o acordo — disse na chegada ao evento Diálogo G20 - Transições Energéticas, em Brasília.
— Ela (a Vale) tem obrigações sociais relevantes com a nação brasileira. Nós seremos rigorosos na cobrança dos interesses do povo brasileiro com relação ao setor mineral.
Atual vice presidente executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Gustavo Pimenta foi anunciado como novo presidente da empresa na noite desta segunda-feira. O executivo foi escolhido por unanimidade pelo Conselho de Administração da companhia após meses de indefinição sobre a sucessão.
O acordo sobre a tragédia de Mariana, no qual o executivo já trabalha, poderá ficar em R$ 140 bilhões — divididos com a BHP Billiton, sócia da Vale na Samarco, dona da barragem que se rompeu em 2015, e subtraídos do que já foi investido pelas companhias.
Inicialmente, o presidente Lula tentou interferir no processo de sucessão da Vale, lançando o nome do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para o comando da empresa, mas diante da repercussão negativa do mercado, o nome não vingou.
Outros nomes próximos ao PT, como Rogério Caffarelli, ex-presidente do BB, chegaram a ser cogitados, mas também foram à diante, diante da postura da própria empresa, com respaldo dos acionistas em abrir um processo de escolha com vários executivos no páreo.
— A empresa resolveu dentro da sua governança, e eu sempre disse que estava muito ansioso porque a Vale estava acéfala, agora não — afirmou Silveira nesta quarta.
O ministro ainda destacou que a nova gestão da Vale deve priorizar pela segurança e sustentabilidade em suas atividades, para que acidentes como os que ocorreram em Mariana e Brumadinho não ocorram novamente.
— O que nós queremos do setor mineral do país é que ele seja seguro para a população, para que não ocorra o que aconteceu em Mariana e Brumadinho, e que seja sustentável, ou seja, que respeite dentro do maior rigor a legislação ambiental pátria.