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PETROBRAS

"Vamos explorar", afirma presidente sobre petróleo na Margem Equatorial

Assunto tem colocado em lados opostos Alexandre Silveira e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva

Lula e a nova presidente da Petrobras, Magda ChambriardLula e a nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard - Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta, 21, que o governo vai explorar petróleo na Margem Equatorial, operação defendida pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e pela atual presidente da Petrobras, Magda Chambriard.

A declaração ocorreu em entrevista à Rádio Mirante News FM, do Maranhão.

"Nós vamos explorar a Margem Equatorial", disse o presidente. "Por enquanto, não é explorar. O que nós queremos é fazer um processo de medição para a gente saber se tem (petróleo) e qual a quantidade de riqueza que tem lá embaixo." Na sequência, Lula afirmou: "Pode ficar certo de que vamos explorar".

O assunto tem colocado em lados opostos Alexandre Silveira e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que referendou parecer do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) contra essa exploração na região da Foz do Amazonas.

O assunto também tem mobilizado parlamentares do Amapá no Congresso, contrários ao parecer do Ibama.

Sem entrar nessa questão, Lula destacou a "distância enorme" entre as regiões que poderiam ser alvo de exploração. "Quando a gente fala da Margem Equatorial, o pessoal fala: mas é perto da Amazônia. É o seguinte: são 575 quilômetros da margem do Amazonas", disse. "Uma distância enorme."

A Margem Equatorial se estende pelo litoral brasileiro do Rio Grande do Norte ao Amapá e, segundo o governo, é uma região geográfica de potencial exploratório para o setor de óleo e gás.

Campos Neto
Pelo quarto dia só nesta semana, Lula voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e a condução da atual política monetária. Desta vez, o presidente disse que Campos Neto é seu "adversário político" e o associou ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"O presidente do Banco Central é um adversário político, ideológico e adversário do modelo de governança que nós fazemos. Ele foi indicado pelo governo anterior e faz questão de dar demonstração de que não está preocupado com a nossa governança", declarou.

Lula lembrou que o mandato de Campos Neto se encerra em 2024, e que o governo poderá indicar um novo nome para o posto. "Nós estamos chegando no momento de trocar o presidente do Banco Central", destacou. "Eu acho que as coisas vão voltar à normalidade, porque o Brasil é um País de muita confiabilidade "

O presidente também voltou a dizer que "os bancos não querem emprestar dinheiro" e que "querem especular e ganhar com a taxa de juros". "O nervosismo especulativo que está acontecendo não vai mexer com a economia brasileira", acrescentou.

As críticas de Lula ao longo da semana chegaram a pressionar as cotações do dólar. Ontem, a moeda fechou em baixa de 0,39%, a R$ 5,44, o que foi atribuído por operadores à entrada de recursos de exportadores para aproveitar o aumento das cotações nos últimos dias. Na semana, o dólar acumulou ganho de 1,09%.

Arroz
Em outra entrevista, desta vez à Rádio Meio, do Piauí, Lula fez comentários sobre a decisão do governo de cancelar leilão para compra de arroz importado. Segundo ele, essa decisão foi tomada por conta da "falcatrua de uma empresa", sem citar nomes.

Mesmo assim, ele disse que o governo vai organizar um novo leilão. "Por que vou importar? Porque o arroz tem de chegar na mesa do povo no máximo a R$ 20 um pacote de cinco quilos. Que compre a R$ 4 um quilo de arroz, mas não dá para ser um preço exorbitante", disse Lula.

O leilão envolvia a compra de 300 mil toneladas de arroz beneficiado. Como mostrou o Estadão, das quatro companhias vencedoras, apenas uma - a Zafira Trading - é uma empresa do ramo. Também arremataram o leilão uma fabricante de sorvetes, uma mercearia de bairro especializada em queijo e uma locadora de veículos.

A importação foi anunciada na esteira das enchentes no Rio Grande do Sul, que responde por 70% da produção do grão. O arroz seria vendido com preço tabelado de R$ 4 o quilo e com a inscrição: "Arroz adquirido pelo governo federal". Ainda não foi anunciada a data de novo leilão.
 

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