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Comércio

Varejo vê vacinação com expectativa

Setor não espera melhoria em curto prazo, mas reconhece que sem imunização não haverá crescimento da economia

Movimentação no comércio de rua do RecifeMovimentação no comércio de rua do Recife - Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco

Com a redução de 4,2% para 3,9% da previsão de expansão do setor de comércio pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a expectativa do segmento em Pernambuco é de incertezas e de um 2021 com muitas dificuldades. Para o setor, a melhora depende do avanço da vacinação da Covid-19, já que auxílios financeiros dos governos foram cortados. 

O cenário também é preocupante para o setor no que diz respeito ao varejo ampliado, onde a projeção é de queda, chegando a -5,2%. As estimativas apontadas pela CNC, têm como base os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) de novembro, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em Pernambuco, mesmo com o início da vacinação contra à Covid-19, a expectativa de uma melhora na economia não é tão grande no varejo a curto prazo. O segmento espera um primeiro trimestre com desafios, já que incentivos dos governos foram suspensos, por exemplo. 

“Você começa 2021 com a expectativa não muito boa, porque vai ser um trimestre muito difícil. Primeiro de tudo, você não vai ter ajuda emergencial do governo, todas as expectativas mostraram que o Nordeste foi muito beneficiado pelo auxílio emergencial. Fundamentalmente para Recife, não vai ter mais Carnaval, isso é muito ruim para a economia como um todo. Uma coisa é certa, sem vacina não há crescimento da economia.”, disse o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife, Fred Leal. 

Para o presidente da Federação das Câmaras dos Dirigentes Lojistas de Pernambuco (FCDL-PE), o empresário Eduardo Catão, caso a vacinação não tenha boa adesão e outras datas importantes para o comércio sejam canceladas, o segundo semestre pode ser com dificuldades. “A expectativa ainda é preocupante, o vírus ainda tem força e afasta o consumidor, só vai quem precisa. O que gera movimentação no comércio está sendo cancelado, como o carnaval, então para o segundo se houver contribuição da vacinação, acreditamos em uma melhora”, afirmou.

Já de acordo com o economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE), Rafael Ramos, a expectativa é de que o comércio só demonstre uma recuperação no segundo trimestre deste ano. “A partir do segundo trimestre a expectativa é de uma recuperação, então é provável que a gente tenha respostas e incentivos de setores como construção civil e indústria, que já estão bem e provavelmente vão se manter e isso possibilita a geração de empregos, com consequências positivas para o comércio”, contou. 

Rafael aponta ainda que entre os setores da economia, o que precisa mais da vacinação, é o do comércio, para que as pessoas possam voltar às compras com mais segurança. “Em termos de recuperação, o setor de comércio e serviço precisa ser visto com bastante carinho, porque é um dos que mais precisam da vacina, porque entra a questão de as pessoas estarem na rua atrás dos serviços e elas precisam estar seguras. A vacina vai acelerar essa segurança e fazer com que o setor de serviço tenha uma recuperação mais rápida este ano”, destacou o economista.

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