Veja o desempenho do PIB de vários países em 2020 e no 4º trimestre
EUA apresentou retração de 3,5%, China teve crescimento de 2,3%
Com um pacote bilionário de estímulos econômicos e uma atuação governamental errática no combate à pandemia, o Brasil terminou o ano em uma posição intermediária no ranking de desempenho econômico de 2020.
O PIB do Brasil caiu 4,1% em 2020 e cresceu 3,2% no último trimestre de 2020.
De acordo com dados coletados pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), apenas a China terminou o ano com crescimento, de 2,3%, entre países que já divulgaram o PIB (Produto Interno Bruto) de 2020.
Apesar do dado positivo, que mostra um retorno de fato ao patamar pré-crise, o crescimento chinês é o mais baixo desde 1976, quando houve contração quase na mesma magnitude.
Alguns outros países asiáticos e nórdicos, como Coreia do Sul, Indonésia, Noruega e Suécia, que sofreram relativamente menos com a pandemia, tiveram desempenho negativo, mas com resultados melhores que o Brasil.
Os EUA, com retração de 3,5%, se destaca entre as grandes economias desenvolvidas. Em meados do ano passado, as projeções apontavam para um resultado negativo de quase 7%. O Japão registrou queda de 4,8%.
Três grandes economias europeias se destacam entre os piores resultados: França (-8,2%), Reino Unido (-9,9%) e Espanha (-11%). A Alemanha, país europeu que adotou o maior volume de estímulos para a economia, teve contração de 5%.
Outros emergentes, como Rússia, Índia, África do Sul, Turquia, Austrália e Argentina ainda não divulgaram o resultado do ano.
De acordo com o Boletim Macro Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da FGV) de fevereiro, o ritmo de vacinação vem se tornando o principal determinante do quanto e de quando as economias vão se recuperar neste ano. Reino Unido e EUA, que avançam mais rapidamente, vão puxar o crescimento mundial, enquanto os emergentes latino-americanos devem seguir com desempenho relativamente fraco.
As projeções do FMI (Fundo Monetário Internacional) para 2021 são de crescimento de 3,6% para o Brasil, 4,2% para os países da Zona do Euro, 5,1% para os EUA e 8,1% para a China.
Pacote de estímulos O pacote de estímulos do Brasil para enfrentar a pandemia ficou entre os maiores verificados em todo o mundo, fator que contribuiu para evitar uma contração maior da economia no ano passado.
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O país anunciou medidas equivalentes a 12% do PIB (Produto Interno Bruto), segundo dados da equipe responsável pelo Índice de Estímulo Econômico da Covid-19, das universidades Columbia (EUA), Sungkyunkwan (Coreia do Sul) e Eskisehir Osmangazi (Turquia).
Com isso, ocupou a 27ª posição entre 168 nações. Na comparação com o PIB, o gasto se aproxima do verificado em países como Austrália, supera todos os Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e todos os países relevantes da América Latina (o Chile gastou 10%). Está também apenas dois pontos percentuais abaixo do verificado nos EUA.
O pacote brasileiro inclui, entre outras medidas, o auxílio emergencial para trabalhadores informais, o programa de retenção de emprego, recursos para saúde, transferências para estados e municípios e garantia de crédito em empréstimos para empresas. Também são computadas medidas para garantir maior oferta de crédito no sistema financeiro que não têm impacto nas contas públicas.