Venda de aviões da Embraer e fábrica da BYD na Bahia: veja qual seria a pauta de Lula na China
Presidente cancela viagem por causa da pneumonia; nova data ainda será marcada
A viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, maior parceiro comercial do Brasil, acaba de ser suspensa para que ele se recupere da pneumonia diagnosticada esta semana. Ainda será marcada uma nova data. A visita é considerada estratégia para o país e para o desenvolvimento de novos negócios que vão da venda de aviões para Embraer ao aumento da pauta de exportação agrícola, passando pela instalação de uma fabricante chinesa de carros elétricos na Bahia.
Parte da agenda econômica do governo será mantida. O ministro Carlos Fávaro, por exemplo, que está na China desde o início da semana, manterá seus compromissos no país, segundo a Globonews. Já o ministério da Fazenda anunciou que o Fernando Haddad não vai mais à China, após o cancelamento da ida do presidente Lula.
A expectativa de interlocutores ouvidos pelo GLOBO, é que durante a visita seja negociado a aquisição de 20 jatos comerciais da Embraer para os chineses. Fontes do governo e do setor privado estimam que as negociações sejam concluídas já na semana que vem.
Outra negociação em andamento diz respeito à aquisição das instalações da Ford, na Bahia, pela fabricante de carros elétricos BYD. Conforme antecipou O GLOBO na primeira semana de março, Lula pretende levar à China uma proposta final para que a empresa chinesa assuma a fábrica, que fechou suas portas há cerca de um ano.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, informou que a viagem de Lula à China deve abrir mercado para pecã, gergelim, frangos, suínos e até farinha de osso.
Leia também
• Viagem de Lula à China foi cancelada por causa de tratamento venoso para pneumonia e influenza A
• Por orientação médica, Lula adia viagem deste domingo (26) à China; nova data ainda será marcada
• Lula tenta persuadir Lira, em meio a temor de paralisação das pautas do governo
Com pouco dinheiro em caixa e em busca de investimentos para obras de infraestrutura, os governos da China e do Brasil discutem a retomada de um fundo para projetos sustentáveis, com destaque para ferrovias.
Segundo uma fonte, as sinalizações têm sido positivas e os recursos podem superar US$ 20 bilhões. No entanto, há dúvidas se sairia um acordo ainda durante a visita de Lula.
São também esperados acordos para a produção de energias renováveis, como eólica, solar e hidrogênio verde. Há articulações para tratados envolvendo governos estaduais, como os do Nordeste.
Na quinta-feira, empresários do agronegócio e de outros setores ficaram eufóricos com a notícia sobre a liberação das exportações de carne bovina para China. Antes de constatar que um caso de "vaca louca" no Pará era atípico, o governo brasileiro suspendeu os embarques para o país asiático e aguardava o sinal verde das autoridades sanitárias chinesas para retomar os embarques.