Vendas da Amazon sobem 26% com alta no ecommerce durante crise de Covid-19
O lucro, entretanto, caiu 29% na comparação trimestral, atingindo US$ 2,5 bilhões
As vendas da Amazon subiram 26% no primeiro trimestre deste ano, chegando a US$ 75,5 bilhões, afirmou a empresa em balanço nesta quinta-feira (30). A alta na demanda do ecommerce durante a pandemia de coronavírus é o principal motivo para o crescimento, com milhões de pessoas em casa, em especial nos Estados Unidos, dependendo de serviços de delivery.
O valor é recorde para o período e as ações da companhia americana atingiram sua maior cotação, de US$ 2.474, uma alta de 4,3%. A expectativa para a receita no mercado era de cerca de US$ 74,1 bilhões.
O lucro, entretanto, caiu 29% na comparação trimestral, atingindo US$ 2,5 bilhões. "Da compra online ao AWS [serviço de nuvem], ao Prime Video e ao Fire TV, a atual crise demonstra adaptabilidade e a durabilidade dos negócios da Amazon como nunca, mas também é o momento mais difícil que já enfrentamos", disse Jeff Bezos, presidente da companhia.
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Segundo ele, em circunstâncias normais, a expectativa para este trimestre seria de lucro de US$ 4 bilhões ou mais.
"Há muita incerteza no mundo agora, e o melhor investimento que podemos fazer é na segurança e bem-estar das nossas centenas de milhares de funcionários", afirmou.
Para o segundo trimestre, a empresa projeta uma receita de US$ 75 bilhões a US$ 81 bilhões. Apple e Google, que divulgaram seus balanços financeiros nesta semana, não forneceram indicações financeiras devido ao cenário de incerteza da Covid-19.
A Apple anunciou queda de 6,7% na receita com iPhones devido à crise de coronavírus, que interferiu na demanda e na produção de smartphones da companhia. A receita, entretanto, seguiu o mesmo patamar do trimestre anterior, de US$ 58,3 bilhões, acima da estimativa do mercado.
A Amazon enfrenta uma série de críticas trabalhistas durante a pandemia de coronavírus. Funcionários relataram condições sanitárias e de segurança precárias em armazéns nos Estados Unidos, e a imprensa americana noticiou casos de Covid-19 nesses centros.
No período, trabalhadores protestaram por folga remunerada a empregados que se sentissem doentes e fechamento temporário de armazéns para limpeza.
Para dar conta da demanda, a companhia anunciou a contratação de 175 mil funcionários para armazéns e entrega.
Em seu balanço, a empresa destaca que produziu 100 milhões de máscaras contra o vírus aos funcionários e que adquiriu mais de 1.000 câmeras térmicas e 31 mil termômetros para medição de temperatura.
Também disse ter aumentado o pagamento para funcionários em US$ 2 por hora nos Estados Unidos e em EUR 2 por hora em países da União Europeia.
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