Vendas devem cair 62% no Dia dos Namorados
Federação do Comércio acredita que impactos nas vendas devem ser maiores que no Dia das Mães devido à intesificação da crise da Covid-19
Com a chegada do Dia dos Namorados, o varejo pernambucano deve registrar uma perda de 62,2% no faturamento com a data comemorativa se comparado ao mesmo período de 2019. O levantamento foi realizado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) e apontou que as maiores retrações deverão ocorrer nos segmentos do varejo considerados não essenciais. Diante dessa realidade, empreendedores e apaixonados encontram alternativas para presentear e garantir as vendas nesse período.
Ainda de acordo com a CNC, o volume de vendas nacional deve alcançar R$ 937,8 milhões, representando um recuo histórico de 43,1% em relação ao mesmo período de 2019, quando atingiu R$1,65 bilhão. Confirmada a previsão, o volume financeiro gerado pelo país será o menor nos últimos 11 anos.
Assim como o Dia das Mães, segunda data mais importante para o comércio em volume de vendas, o Dia dos Namorados tem a compra de presentes não essenciais uma das principais tradições. Para o varejo brasileiro, a data é considerada a sétima mais importante do setor. De acordo com uma pesquisa realizada pela Federação do Comércio de Pernambuco (Fecomércio), através do Instituto Oscar Amorim de Desenvolvimento Econômico e Social, 52% dos pernambucanos pretendem comemorar a data no próximo dia 12. “Os impactos devem ser maiores comparado ao Dia das Mães devido ao momento em que estamos da pandemia. A renda e o consumo foram impactados de forma mais severa com o passar do tempo”, avalia o economista da Fecomércio, Rafael Ramos.
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O levantamento também revelou os efeitos da quarentena na comemoração dos apaixonados, mostrando que a compra de presentes não foi a principal escolha na hora de comemorar, impactado pela queda na renda e as restrições no comércio. Dentre os entrevistados, 67,8% pretendem comemorar com um jantar em casa. “Compramos ingredientes online para cozinharmos juntos e vamos fazer um jantar romântico em casa assistindo uma live. Também comprei os presentes pela internet”, garante a publicitária e administradora, Rebeca Vitorino. A compra de presentes foi a segunda opção mais indicada pelos entrevistados (33,8%), onde o valor médio ficou em R$136,34. Pela impossibilidade de comprar no comércio tradicional e com prazos de entrega mais longos no e-commerce, presentes caseiros e mais baratos são opções viáveis. “Com esse cenário atual as pessoas estão se reinventando, não vou dar nenhum presente caro. Comprei com antecedência algumas coisas online e vou montar uma caixa de presentes para meu namorado”, comenta Rebeca.
Mirella Couceiro resolveu empreender no ramo de cestas e buquês personalizados para datas comemorativas e criou a Cestino (@cestino.cestas) , onde vende os produtos no Instagram. “Queríamos levar para a casa das pessoas a sensação de estar numa festa ou em um cinema, fazer o casal sair da rotina do isolamento e curtir o momento assistindo alguma live”, explica. Os buquês diferem das tradicionais rosas, eles são preenchidos com bebidas e petiscos. Para os casais que irão comemorar separados, Mirella teve a ideia de criar cartas virtuais por QR Code, que é entregue junto com a cesta. “Colocamos uma meta de 50 cestas e 10 buquês e já vendemos tudo. Estamos pensando nos próximos eventos, a expectativa de crescimento é muito boa”, avalia.
“Como não podemos investir tanto em embalagens devido ao isolamento, estamos nos reinventando na criação de novos produtos e ideias”, explica Athaíde Junior, proprietário da Thorpe’s Brigaderia (@thorpesbrigaderia). De acordo com ele, a falta de movimento nas lojas foi suprida pelo aumento significativo nas vendas por aplicativo e delivery. “Apesar da crise, esperamos um aumento de 10% nas vendas em comparação ao ano passado. Mantivemos os mesmos preços de 2019 porque entendemos a dificuldade que nossos clientes estão passando”, complementa.
Impactado pela chegada do Dia dos Namorados, a venda de produtos eróticos teve um aumento de 30% na procura por compras online. O levantamento foi realizado pela Zoom Buscapé, comparando dados de janeiro e maio. Se comparado ao ano anterior, a INTT Cosméticos registrou um aumento de 20% nas compras online com a chegada da data comemorativa. “Embora todos os nossos produtos sejam vendidos on-line, também tínhamos diversos pontos de vendas físicos espalhados pelo Brasil que precisamos fechar, desse modo, tivemos de buscar algumas alternativas para nos adaptarmos ao atual momento”, diz Stephanie Seitz, diretora da INTT Cosméticos.
Além disso, o ramo de motéis também buscou se adaptar para atender a demanda que aumenta com a chegada da data comemorativa. Rosângela Luz é proprietária do Cupido Hotel, localizado em Paulista e comenta que o movimento desde o início de março caiu mais de 50%. “Sabemos que será um dia dos namorados diferente. Mas estamos esperançosos que o movimento seja melhor do que das últimas semanas”, avalia. De acordo com ela, várias medidas de segurança e higiene já foram tomadas. “Todos os funcionário estão usando máscaras, luvas e aventais. As chaves dos quartos estão sendo higienizadas e colocadas dentro de sacos, além do álcool em gel que foi disponibilizado em diversos locais e nos quartos”, garante.
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