Vendas europeias de carros elétricos ultrapassam os modelos a diesel pela primeira vez
Segundo o Financial Times, foram comercializados 176 mil veículos em dezembro, recorde histórico
As vendas de carros elétricos na Europa ultrapassaram os modelos a diesel pela primeira vez em dezembro, já que os motoristas continuaram a escolher veículos subsidiados sem emissões em vez daqueles que dependem de um combustível que foi manchado pelo escândalo da Volkswagen em 2015, segundo informou o Financial Times nesta segunda-feira (17).
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Mais de um quinto dos carros novos vendidos em 18 mercados europeus, incluindo o Reino Unido, eram movidos exclusivamente por baterias, de acordo com dados compilados para o FT pelo analista independente Matthias Schmidt, enquanto os carros a diesel, incluindo híbridos a diesel, representavam menos de 19% das vendas.
Graças a generosos subsídios governamentais na Alemanha e em outros lugares, bem como regulamentações rígidas introduzidas em 2020, que forçam os fabricantes da UE a vender mais veículos com baixas emissões, as vendas de veículos elétricos têm aumentado constantemente.
Como resultado, 176.000 veículos elétricos a bateria foram vendidos na Europa em dezembro - recorde histórico - ou seja, cerca de 6% a mais do que o número comercializado em igual período de 2020. Em comparação, quase 160.000 veículos a diesel foram vendidos no último mês de 2021.
Essa tendência acelerou no último trimestre do ano passado, quando a Tesla provou ser mais capaz do que os rivais de se adaptar aos gargalos nas cadeias de suprimentos de semicondutores, entregando um recorde de 309.000 carros elétricos.
As montadoras europeias também impulsionaram as vendas de veículos elétricos em dezembro para reduzir sua pegada de carbono em toda a frota e evitar multas da Comissão Europeia, depois de priorizar a produção dos modelos mais lucrativos – principalmente SUVs altamente poluentes – durante a crise da cadeia de suprimentos.
As vendas de carros a diesel estão em constante declínio desde que se descobriu que a Volkswagen fraudou os testes de emissões para motores a diesel instalados em 11 milhões de veículos. Na época, os modelos a diesel representavam bem mais da metade dos veículos entregues nos 18 países europeus pesquisados.
“A marcha da morte do diesel vem se repetindo desde setembro de 2015, quando o 'Dieselgate' foi revelados pela primeira vez – fazendo com que a VW elaborasse os primeiros planos do ID.3 30 dias após o escândalo vir à tona”, disse Schmidt, referindo-se ao carro elétrico da Volkswagen, que está à venda desde 2020.
Apesar dos escÂndalos, a Volkswagen manteve sua posição como líder na produção de veículos elétricos na Europal no ano passado, vendendo mais de 310.000 modelos movidos a bateria na região em 2021, de um total de 3,5 milhões.