BRASIL

Vendas no varejo surpreendem e crescem 0,8% em março

Resultado no mês foi puxado pelo segmento de equipamentos e material para escritório, que contribuiu para a alta de 2,4% do comércio no primeiro trimestre

O Big Bompreço/Hiper conquistou o primeiro lugar na categoria  Supermercados O Big Bompreço/Hiper conquistou o primeiro lugar na categoria Supermercados  - Foto: divulgação

As vendas no varejo brasileiro surpreenderam analistas em março, que esperavam queda de 0,8%, ao registrar alta de 0,8% na passagem de fevereiro para março. Com o resultado, o setor fechou primeiro trimestre com alta de 2,4%. Na comparação com março de 2022, houve alta de 3,2%. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira (17) pelo IBGE.

Analistas esperavam queda 0,8% nas vendas do varejo em março.

A alta no mês foi puxada pelo aumento de 7,7% do comércio de equipamentos e material para escritório, seguido da avanço de 0,7% de artigos farmacêuticos.

No indicador dos últimos 12 meses, o crescimento do setor foi de 1,2%.

Na comparação com março de 2022, a alta foi de 3,2%.

Segundo o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, o resultado em março representa um crescimento diante da saída de uma estabilidade no mês fevereiro. "Ao observarmos os últimos três meses juntos, vemos ganho de patamar de 4,5% em relação a dezembro do ano passado, último mês de queda”, explica.

Das oito atividades investigadas pela pesquisa, três tiveram crescimento. O resultado foi puxado pelo segmento de equipamentos e material para escritório e informática, que contribuiu com uma alta de 7,7%. Em seguida, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,7%), segundo maior peso na pesquisa, e móveis e eletrodomésticos (0,3%) foram os destaques.
 

As outras quatro atividades do varejo restrito apresentaram resultados negativos: o setor de tecidos, vestuário e calçados teve uma retração de 4,5%, enquanto artigos de uso pessoal e doméstico caiu 2,2%. O volume de vendas de livros, jornais, revistas e papelaria caiu 0,6%, enquanto o de combustíveis e lubrificantes recuou 0,1%. O setor de supermercados, que possui o maior peso no índice, ficou estável.

— Foi um resultado bastante equilibrado na análise dos setores — destaca Santos.

Segundo o gerente da pesquisa, tanto a receita quanto o volume de vendas dos supermercados tiveram estabilidade. Segundo o IBGE, a inflação exerceu uma pressão menor nos resultados. O patamar elevado do índice de preços vinha impactando a receita e o volume de vendas do setor, algo que não ocorreu em março e ao contrário do que se observou no mês de fevereiro, quando houve uma queda de 0,8%.

O comércio varejista ampliado, por sua vez, que inclui material de construção e veículos e motos, teve uma alta de 3,6% no volume de vendas em março. Enquanto as vendas de material de construção subiram 0,2%, o setor de veículos e motos, partes e peças registrou avanço de 3,7% em março frente a fevereiro.

— O comércio varejista ampliado apresentou um aumento do ritmo de crescimento. Houve avanço de em março e já são quatro meses de altas, puxados principalmente pelo setor de veículos e motos, partes e peças — ressalta Santos.

O que dizem os analistas?
Economistas avaliam que o cenário de juros altos dificulta o desempenho do setor ao longo deste ano. Por outro lado, o aumento da renda disponível das famílias deve atenuar uma piora do consumo. Por isso, esperam crescimento moderado do setor em 2023.

O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) do FGV IBRE caiu 3,3 pontos em abril para 83,6 pontos, após dois meses de altas consecutivas.

"O cenário de curto prazo ainda permanece em nível desfavorável com ambiente macroeconômico desafiador e cautela dos consumidores”, avalia Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE.

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