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Vice de Trump chama chineses de "camponeses", e Pequim acusa Vance de discurso "ignorante"

Ministério do Comércio da China acusa EUA de "chantagem" pela imposição de tarifas comerciais

Vice-presidente dos EUA, J.D. VanceVice-presidente dos EUA, J.D. Vance - Foto: Thomas Kienzle/AFP

Pequim denunciou a retórica do vice-presidente americano JD Vance como “ignorante” depois que ele afirmou, em uma entrevista para a TV na semana passada, que os Estados Unidos estavam tomando dinheiro emprestado de “camponeses chineses”.

— A posição da China sobre as relações econômicas e comerciais entre China e EUA já foi deixada muito clara — disse Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, durante uma coletiva de imprensa nesta terça-feira. — É surpreendente e triste ouvir o vice-presidente dizer palavras tão ignorantes e indelicadas.

A China tem reagido diante das tarifas impostas pela administração Trump e da mais recente ameaça do presidente Donald Trump de aplicar uma tarifa adicional de 50% sobre produtos chineses, a menos que Pequim reverta suas tarifas retaliatórias sobre importações dos EUA.

O Ministério do Comércio da China acusou os Estados Unidos de “chantagem” nesta terça-feira e declarou que Pequim irá “lutar até o fim”.

Em uma entrevista à Fox News na semana passada, Vance defendeu as amplas tarifas globais do governo Trump, questionando o que a “economia globalista” trouxe para os Estados Unidos.

Respondendo à própria pergunta, Vance afirmou que os EUA estavam “assumindo uma enorme dívida para comprar coisas que outros países fabricam” para seu mercado. “Pegamos dinheiro emprestado de camponeses chineses para comprar as coisas que esses mesmos camponeses chineses fabricam”, disse ele.

As novas políticas de Trump, condenadas por muitos líderes internacionais, causaram turbulência nos mercados financeiros e levaram especialistas a emitir alertas sobre aumento da inflação.

A escalada da guerra comercial entre os dois países tende a ser onerosa para os americanos, que no ano passado compraram US$ 440 bilhões em bens da China, tornando o país a segunda maior fonte de importações dos EUA, atrás apenas do México.

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