Wall Street cai após decisões de Trump sobre tarifas
Segundo um funcionário americano, mais de 50% dos produtos mexicanos e 38% dos canadenses entraram em 2024 nos Estados Unidos dentro do tratado comercial entre os três países
A Bolsa de Valores de Nova York caiu com força nesta quinta-feira (6), influenciada pela confirmação das tarifas ao aço e ao alumínio impostas pelo presidente americano Donald Trump, enquanto os investidores se mostraram céticos diante do adiamento de algumas tarifas a Canadá e México.
O índice Dow Jones Industrial retrocedeu 0,99%, o tecnológico Nasdaq caiu 2,61% e o ampliado S&P 500 recuou 1,78%.
Leia também
• Trump suspende quase todas as tarifas do México até 2 de abril
• O que se sabe sobre o gasoduto "gigante" no Alasca proposto por Trump
"O estado de ânimo do mercado mudou, depois de estar concentrado totalmente na tomada de risco durante mais de dois anos", disse Steve Sosnick, da Interactive Brokers.
De acordo com o analista, a bolsa americana provavelmente "está entrando em um período de transição" diante de um "ambiente difícil, com inquietações sobre a debilidade da economia" dos Estados Unidos, e dos temores sobre a guerra comercial lançada por Trump e suas consequências.
O anúncio do republicano de um adiamento até 2 de abril para impor tarifas de 25% a seus parceiros no tratado T-MEC, Canadá e México, não bastou para uma recuperação em Wall Street.
Segundo um funcionário americano, mais de 50% dos produtos mexicanos e 38% dos canadenses entraram em 2024 nos Estados Unidos dentro desse tratado comercial entre os três países.
Ao final do pregão, o mercado também se viu afetado pela confirmação de Trump de que as tarifas aduaneiras de 25% às importações de aço e alumínio para todos os parceiros comerciais dos Estados Unidos "estarão efetivas na próxima semana".
Nesse contexto, no mercado de renda fixa, o rendimento dos títulos públicos dos Estrados Unidos com vencimento em dez anos se manteve estável em comparação com a quarta-feira, em 4,28%.
Já no mercado de ações, todas as "sete fantásticas", apelido dado às grandes empresas tecnológicas, registraram quedas, com destaque para Alphabet (-0,45%), Amazon (-3,68%), Meta (-4,35%), Tesla (-5,61%) e Apple (-0,17%).