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Wall Street cai em meio a aversão ao risco após dados de emprego

O índice tecnológico Nasdaq foi o mais prejudicado, recuando 2,55%, enquanto o Dow Jones caiu 1,01%

Wall Street Wall Street  - Foto: Juan Mabromata/AFP

A bolsa de Nova York fechou em forte baixa nesta sexta-feira (6), impactada pelo relatório de emprego nos Estados Unidos, que aumentou os temores de recessão.

O índice tecnológico Nasdaq foi o mais prejudicado, recuando 2,55%, enquanto o Dow Jones caiu 1,01% e o S&P 500, 1,73%.

"O mercado entrou no modo aversão ao risco", comentou Steve Sosnick, da Interactive Brokers. "E não acho que seja totalmente por causa do relatório sobre emprego."

A poucos dias de uma reunião de política monetária, na qual o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) poderia iniciar um ciclo de cortes nas taxas de juros, o índice de desemprego caiu ligeiramente para 4,2% em agosto, contra 4,3% em julho, em linha com as expectativas do mercado, segundo dados divulgados nesta sexta pelo Departamento de Trabalho.

Além disso, a economia americana criou 142 mil postos de trabalho, com ênfase nos setores de saúde e construção, mais do que os 114 mil de julho.

O número, porém, é inferior ao esperado pelo mercado (175 mil). E o dado de empregos criados nos dois meses anteriores foi revisado para baixo.

A divulgação desse relatório gerou um pico de volatilidade nos minutos seguintes à abertura da bolsa de Nova York. Mas rapidamente Wall Street se decidiu pela queda e afundou.

"O mercado está nervoso desde o início da semana", lembrou Patrick O'Hare, da Briefing.com. "E o efeito combinado das previsões da [empresa de semicondutores] Broadcom e uma criação de empregos fraca alimentou essa sensação" de que a economia está patinando.

Embora os resultados da Broadcom (-10,36%) tenham ficado acima do esperado, os investidores se preocuparam com um crescimento considerado fraco na divisão de microchips da empresa, que também produz software, e com previsões consideradas fracas.

O'Hare destacou que a onda de vendas foi de qualquer forma "ordenada", sinal de que o mercado não entrou em pânico.

"Os dados de emprego mostram um mercado de trabalho que está perdendo força, mas não é fraco", disse Sosnick. "Não deveriam ter tido tanto peso, já que [os resultados] estavam próximos das expectativas."

Mas a praça nova-iorquina tomou outro rumo, focada na profecia autocumprida de que setembro tem que ser o pior mês do ano para as ações.

Os resultados da Broadcom arrastaram o setor, e Marvell Technology (-5,28%), Super Micro (-6,79%) e Arm (-4,71%) também caíram.

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