Wall Street cai por temor sobre crise da dívida dos EUA
Nessa terça-feira, republicanos e democratas se reuniram novamente para negociar um acordo, mas sem que houvesse avanços
A bolsa de Nova York fechou em baixa nessa terça-feira (23), na medida em que aumenta a preocupação sobre a possibilidade de os Estados Unidos caírem em default e, além disso, com uma política monetária que ainda é restritiva.
O índice Dow Jones Industrial caiu 0,69%, enquanto o tecnológico Nasdaq retrocedeu 1,26% e o ampliado S&P 500, 1,12%.
"É a primeira vez que vemos [no mercado] um nervosismo real relacionado com a dívida", comentou Steve Sosnick, da Interactive Brokers. "Estamos nos aproximando [da data limite]. Estamos a uma ou duas semanas" de um possível calote dos Estados Unidos.
Nessa terça-feira, republicanos e democratas se reuniram novamente para negociar um acordo, mas sem que houvesse avanços.
O índice VIX, que mede a volatilidade do mercado e reflete a ansiedade dos investidores disparou quase 8% nesta terça.
O rendimento dos títulos da dívida pública americana com vencimento em três meses alcançou seu nível mais alto em 22 anos, 5,29%.
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Haja ou não default, esta crise já está custando caro para os Estados Unidos. O Tesouro emitiu hoje títulos com vencimento em 15 de junho com um rendimento médio de 5,83%, uma taxa extraordinariamente alta, dado que os juros básicos do Federal Reserve (Fed, banco central) estão na faixa entre 5% e 5,25%.
Outra nuvem que paira sobre Wall Street são os indicadores macroeconômicos, que "sugerem que o processo de desinflação vai estagnar em breve", opina Edward Moya, da Oanda.
Os operadores do mercado acreditam que o Fed reduzirá sua taxa de juros apenas uma vez até o final do ano. Há uma semana, a previsão era de até três cortes.