Wall Street fecha em queda, puxada por preocupações com a China e bancos nos EUA
O índice Dow Jones registrou queda de 1,02%, a 34.946,39 pontos
A bolsa de Nova York fechou em queda nesta terça-feira (15), em meio à preocupação provocada por sinais de fragilidade da economia chinesa e pela instabilidade financeira dos bancos americanos, após declarações da classificadora de risco Fitch.
O índice Dow Jones registrou queda de 1,02%, a 34.946,39 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq recuou 1,14%, a 13.631,05 unidades, e o índice ampliado S&P 500 perdeu 1,16%, a 4.437,86 pontos.
As ações americanas "foram arrastadas pelas preocupações crescentes com o fato de que a China está em um estado muito pior do que se pensava antes", resumiu Edward Moya, analista da Oanda.
As vendas varejistas na China, principal indicador de consumo das famílias, subiu 2,5% no mês passado em relação ao mesmo mês de 2022. O percentual ficou abaixo do esperado pelo mercado.
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A produção industrial chinesa também perdeu fôlego em julho (+3,7% interanual), frente aos 4,4% de junho. O banco central chinês baixou sua taxa básica de juros a 2,50% para favorecer o crédito e incentivar o consumo e os investimentos. Por outro lado, a Fitch evocou uma possível degradação das classificações do sistema bancário americano.
Chris Wolfe, analista da Fitch, lembrou, em declarações à CNBC, que no fim de junho a agência de classificação de risco revisou negativamente a avaliação sobre a saúde do setor financeiro nos Estados Unidos.
Se a perspectiva for reduzida, isto se traduziria "provavelmente em degradações das qualificações" individuais dos bancos, reforçou.
Se a Fitch baixar a nota do setor em geral, seria obrigada a cortar a dos bancos, "já que as notas dos bancos não podem ser superiores às da indústria", explicou José Torres, economista da Interactive Brokers.
O JP Morgan recuou 2,59%; o Goldman Sachs, 1,67%, e o Bank of America, 3,22%. Em 9 de agosto, a agência Moody's baixou a nota de uma dezena de bancos regionais americanos.
Também nos Estados Unidos, o consumo de bens continuou crescendo em julho, inclusive acima do esperado pelo mercado, com consumidores com maior poder de compra graças a uma inflação em moderação e salários em ascensão, segundo dados publicados pelo Departamento do Comércio nesta terça-feira.
Em julho, o montante total de vendas no varejo alcançou 696,4 bilhões de dólares (aproximadamente 3,29 trilhões de reais, em valores da época), um crescimento de 0,7% em relação a junho, cujos dados foram revistos levemente para cima (+0,3% frente a +0,2%).
O aumento de julho foi maior do que o 0,4% esperado pelos analistas, segundo consenso reunido pela briefing.com.
Trata-se de uma faca de dois gumes: um consumidor "com boa saúde" deveria permitir que se evite uma recessão, "mas uma resiliência grande demais dos compradores incitará o Fed (Federal Reserve, banco central americano) a manter as taxas de juros altas por mais tempo", avaliou Moya.
Entre os valores do dia, a fabricante de carros elétricos vietnamita VinFast estreou em Wall Street, abrindo a 22 dólares e registrando alta de 68,45% no fechamento, a 37 dólares.