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WeWork diz que tem "substanciais dúvidas" sobre seu futuro, e ações tombam 17%

Anúncio foi feito poucos meses após acordo com credores para cortar dívidas em US$ 1,5 bilhão. Startup de coworking entrou em crise na pandemia

WeWorkWeWork - Foto: Reprodução/Twitter

As ações da WeWork despencaram 17% no pré-mercado desta quarta-feira (9), um dia após a empresa dizer que há "dúvida substancial" sobre sua capacidade de continuar operando. Em comunicado, a empresa de compartilhamento de escritórios citou perdas seguidas e cancelou assinaturas para o uso de seus escritórios.

Antes da pandemia, a WeWork era uma das start-ups queridinhas do mercado com seu modelo de negócios inovador: oferecer escritórios compartilhados para trabalhadores que atuam para diversas empresas ou trabalham por conta própria. Virou uma febre entre investidores e se expandiu com força.

Mas as quarentenas impostas pela pandemia e a mudança radical nos escritórios no pós-pandemia, com o avanço do trabalho híbrido e remoto, foram um golpe para a empresa.

Nos próximos 12 meses, a empresa se concentrará na redução dos custos de aluguel, na negociação de contratos de locação mais favoráveis, no aumento da receita e na captação de recursos, acrescentou o comunicado divulgado nesta terça-feira (8).

O alerta de que a empresa pode simplesmente acabar acontece poucos meses depois de a WeWork fechar um acordo com alguns de seus maiores credores e com o SoftBank para reduzir sua dívida, então avaliada em cerca de US$ 1,5 bilhão.

Ascensão e queda
Poucas empresas cresceram tão rapidamente para, em seguida, irem ao colapso então pouco tempo. Criada por Adam Neumann e Miguel McKelvey em 2010, a empresa alugava grandes salas em prédios comerciais para criar escritórios compartilhados e, depois, oferecer esses espaços a trabalhadores com cobranças por horas, dias ou meses de uso.

Há alguns anos, a WeWork era uma das startups mais valiosas dos Estados Unidos e se beneficiou também de um cenário de juros baixos, que levava os investidores a buscarem startups para investir.

Em 2019, a empresa era a maior ocupante privada de escritórios em Manhattan e Londres, operava milhões de metros quadrados em dezenas de países e era avaliada em US$ 47 bilhões.

Gastos extravagantes
Cheio de dinheiro e impulso, Neumann tentou abrir o capital da empresa em 2019, mas a tentativa de uma oferta pública inicial fracassou. Os investidores ficaram relutantes diante do que avaliram ser gastos excessivos da empresa. Seu co-fundador Adam Neumann foi demitido no fim daquele ano, a empresa passou por uma reestruturação e recebeu um aporte do SoftBank.

Um novo CEO, Sandeep Mathrani, assumiu em fevereiro de 2020, prometendo estancar o sangramento da empresa mas, um mês depois, os escritórios em todo o mundo fecharam, em função da Covid-19.

A ocupação dos escritórios da WeWork caiu para menos da metade. A recuperação foi lenta e levou mais de dois anos até que os escritórios da WeWork voltassem a estar tão cheios quanto no final de 2019.

Sem CEO permanente
A WeWork parecia ter estancado a crise em março, quando fechou um acordo com alguns de seus maiores credores e com o SoftBank para cortar sua dívida e estender outros vencimentos. Mas então, em maio, após três anos no cargo, Mathrani deixou o cargo para trabalhar na Sycamore Partners.

À medida que a pandemia se arrastava, a WeWork insistia que a mudança para o trabalho remoto e híbrido na verdade favoreceria a empresa, em vez de enfraquecer seus negócios. Os empregadores seriam mais cautelosos em assinar contratos de arrendamento de longo prazo e, em vez disso, recorreriam aos modelos flexíveis da WeWork, argumentou a empresa.

Mas essa transição prevista pela WeWork não está ocorrendo em ritmo suficientemente rápido para gerar receitas para empresa. No comunicado divulgado nesta terça-feira, a empresa disse que mais clientes estavam saindo de seus escritórios e novos membros estavam se inscrevendo na empresa em ritmo menos intenso do que o previsto.

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