Logo Folha de Pernambuco

Tecnologia

X, de Musk, usa dados de usuários para treinar IA sem autorização

Opção para barrar uso de informações pessoais está disponível apenas na versão do app para desktop. Regulador europeu quer transparência

O bilionario Elon MUsk O bilionario Elon MUsk  - Foto: Etienne Laurent/AFP

A rede social X, de Elon Musk, está usando sem consentimento os dados de seus usuários para treinar o Grok, seu chatbot de inteligência artificial criado para concorrer com o ChatGPT, da Open AI, e que fica integrado à plataforma.

Na sexta-feira, os usuários descobriram que seus posts no site, bem como suas interações com o chatbot Grok, estavam sendo usadas automaticamente para "treinamento e ajuste fino" dos sistemas do xAI sem autorização explícita para o compartilhamento de dados.

A opção para barrar uso de informações pessoais e posts só pode ser desabilitada na versão do app para desktop do X, e não pelo aplicativo para celular.

Segundo reportagem do Financial Times, o órgão de proteção de dados da Europa está "buscando clareza" sobre a mudança, abrindo espaço para um novo escrutínio regulatório na plataforma de mídia social.

A Comissão de Proteção de Dados da Irlanda, o regulador responsável por manter as empresas de internet sob a lei de privacidade da UE, disse que estava em contato com a X "por meses" para se inteirar sobre seus planos de empregar os dados de seus usuários para criar sistemas de IA.

Além da Europa, o uso de textos, imagens e vídeos de redes sociais para desenvolver e aperfeiçoar seus modelos de linguagem generativa, como o ChatGPT, está sob contestação também no Brasil, onde a Meta passou a usar dados públicos compartilhados por brasileiros em suas redes sociais Instagram e Facebook.

No início do mês, o governo, por meio de sua Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), determinou que a empresa suspenda essa prática no país. Com isso, a Meta deverá interromper as normas para a internet brasileira, sob pena de multa diária de R$ 50 mil, informou o colunista Lauro Jardim em seu blog no Globo.

A autoridade brasileira investiga possíveis violações da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD ), como o processamento de informações pessoais de crianças sem os devidos cuidados.

A prática adotada pela rede social de Musk foi criticada pelo Instituto de Defesa de Consumidores (Idec), que alerta que a mudança na rede social X teria ocorrido sem informação ou consentimento prévio dos usuários.

“Concretamente, vemos um design malicioso: há uma pré-seleção da opção de que os consumidores aceitariam o uso de seus dados para fins de tratamento de IA. Esse consentimento não deveria ser pressuposto e, sim, explícito”, apontou o órgão de defesa do consumidor, em seu comunicado.

"O Idec destaca sua indignação ao ver mais uma ‘big tech’ explorando consumidores para fins de crescimento de seu poder econômico”, acrescentou o órgão.

No fim de junho, o Idec notificou a Meta, dona do Facebook, Instagram e Whatsapp, por utilizar dados de consumidores para fins de treinamento de sua inteligência artificial generativa.

Veja também

Governo bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024
Orçamento de 2024

Governo Federal bloqueia R$ 6 bilhões do Orçamento de 2024

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde
Bolsa de Nova York

Wall Street fecha em alta com Dow Jones atingindo novo recorde

Newsletter