Mais de 70% dos CEOs acham que economia global sofrerá uma desaceleração nos próximos 12 meses
Foram ouvidos mais de 4,4 mil executivos de vários países ao longo de 2022, com destaque para o Brasil
A 26ª CEO Survey, pesquisa realizada pela PwC, network de empresas presente em 152 países, mostra que um terço dos CEOs do Brasil e do mundo não acredita que suas organizações serão economicamente viáveis em dez anos caso se mantenham no rumo atual. Os dados foram levantados ao longo de 2022 em 105 países. A PwC ouviu mais de 4.400 executivos com uma participação recorde de líderes brasileiros de empresas com receita de até US$ 50 milhões.
No Brasil e no mundo, 73% dos CEOs acreditam que a economia global sofrerá uma desaceleração nos próximos 12 meses. Apesar disso, uma parte importante deles prevê que suas economias locais terão trajetória contrária e também acredita no crescimento da receita de suas empresas, especialmente os brasileiros.
O percentual dos que acreditam em uma aceleração (21%), no entanto, é ligeiramente maior do que a média no Brasil (17%) e no mundo (18%). Os executivos brasileiros dessas empresas, por outro lado, estão bem mais otimistas em relação ao próprio país (70%) do que a média global (29%) e também acima da média brasileira (66%).
A sócia da PWC-Região Nordeste, Helena Rocha, percebe que nessa última pesquisa os CEOs, seja no Brasil, seja globalmente, entendem que seus negócios vão precisar ser reinventados. “Eles afirmam que, para os próximos dez anos, se não se reinventarem em seus negócios não se manterão economicamente viáveis”, pontuou.
Para Helena, outro dado relevante da pesquisa é o pessimismo em relação à desaceleração da economia de um modo geral. “Historicamente, havia um otimismo em relação às expectativas para os próximos 12 meses. O pessimismo mostrado este ano, no entanto, é menor em relação aos CEOs brasileiros. Setenta por cento deles acreditam que os negócios vão prosperar, que serão economicamente viáveis, enquanto no mundo esse dado é bem inferior”, pontuou.
Outro ponto importante da pesquisa, lembrou ela, diz respeito a aspectos relacionados à sigla ASG (Ambiental, Social e Governança). “No Brasil, a gente percebe que isso é muito pouco explorado e comunicado. Os brasileiros ainda têm um caminho longo a percorrer quanto à comunicação das estratégias relacionadas a isso”, lembrou.
A 26ª CEO Survey também mostrou, segundo Helena, que as principais ameaças que preocupam os CEOs no Brasil, para os próximos 12 meses, são a inflação (39%), a instabilidade macroeconômica (38%) e os riscos cibernéticos (27%). “Para um horizonte maior, de cinco anos, a instabilidade macroeconômica, para os CEOs brasileiros, é a mais relevante (32%)”, explicou. No mesmo quesito, a inflação fica em segundo lugar (23%) e conflitos geopolíticos, aparecem em terceiro, com 21%.