Obras do terminal de contêineres da APM no Porto de Suape vão começar em janeiro de 2024
Na fase de construção do TUP, a previsão é que sejam gerados cerca de 500 empregos diretos e outros 2 mil indiretos
A APM Terminals, subsidiária da A.P Moller-Maersk Group, que, em outubro último, assinou o aditivo do contrato de adesão à propriedade do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), firmado com o Ministério dos Portos e Aeroportos, já tem data marcada para o início das obras do Terminal de Uso Privativo (TUP) da empresa no Porto de Suape. Em janeiro de 2024, a APM começa a demolição das estruturas existentes lá e, paralelo a isso, lança o edital para a escolha da empresa que construirá o cais do TUP.
Os investimentos iniciais são da ordem de R$ 1,6 bilhão nas três primeiras etapas (armazéns, cais e pátio). Na fase de construção, a previsão é que sejam gerados cerca de 500 empregos diretos e outros 2 mil indiretos. Quando o terminal entrar em operação, a previsão é de serem gerados aproximadamente 350 empregos diretos e 1,4 mil indiretos.
“A demolição vai demorar de quatro a seis meses, porque no local há muita estrutura para pôr abaixo. É preciso mobilizar toda a parte de equipamentos e isso demora de 20 dias a 25 dias; a gente vai ter que retirar muita coisa. Então, não é simplesmente colocar tudo abaixo, tem que remover”, informou o diretor presidente da APM Terminals Suape, Aristides Júnior.
O novo terminal de contêineres ocupará cerca de 50 hectares. A capacidade inicial de movimentação será de 400 mil TEUs (Twenty Feet Equivalent Unit) - a unidade equivale a um contêiner de 20 pés. O equipamento possibilitará mais conexões com os principais portos do mundo, além de incrementar o volume de movimentação de cargas de cabotagem.
Segundo Aristides, a obra que vai demandar mais tempo é o pátio, onde serão armazenados os contêineres, que começará a ser construído logo depois da demolição, mas é a obra que vai demandar mais tempo para ficar pronta. “Eventualmente, podemos antecipar a inauguração do terminal, mas a data que a gente não pode perder é 31 de julho de 2026, já considerando algum atraso”, revelou. Ao final de dez anos, a previsão de investimentos da APM no atracadouro é de R$ 2,8 bilhões.
O executivo adianta que a estratégia do grupo é ser um grande integrador logístico, ou seja, único provedor ao cliente, simplificando a logística. “Essa integração vai proporcionar confiabilidade, previsibilidade e visibilidade. Para isso funcionar, temos todos os ativos. Fazemos tudo, de ponta a ponta, não terceirizamos nada”, revelou.
De acordo com Aristides, o cliente pode escolher qual o nível de serviço ele quer. É uma estratégia da companhia. O cliente escolhe se deseja aderir ou não aderir aos serviços integrados.
A decisão de partir para um serviço de integração logística, que se deu há seis anos, foi possível, segundo Aristides, porque a A.P. Moller-Maersk dispõe de terminais, navios, caminhões, armazéns, aviões e rebocadores próprios. Ainda de acordo com o executivo, em alguns países, como nos EUA, a integração logística da APM já está mais avançada.
“O problema do Brasil é a carência de infraestrutura, que acaba trazendo alguns desafios para a gente. A acessibilidade de navios nos portos brasileiros ainda é um problema. No caso da dragagem, por exemplo, o País ainda não tem capacidade de receber navios de 14 mil TEUs ou 16 mil TEUs. A maior economia da América Latina, umas das maiores do mundo e não consegue atender esses tipos de navios. Na Costa Oeste da América Latina, o Peru, a Guatemala e a Colômbia atendem”, comparou ele.