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MUNDO

Xi ignora líderes mundiais na cúpula do G20 e recebe Maduro em Pequim

Presidente chinês virou as costas para encontro com possíveis pautas conflitivas e recebeu um de seus aliados mais isolados internacionalmente

Xi em foto de outubro, quando foi eleito para um terceiro mandato no comando do Partido Comunista Xi em foto de outubro, quando foi eleito para um terceiro mandato no comando do Partido Comunista  - Foto: Noel Celis / AFP

Após virar as costas para os principais líderes mundiais ao ignorar a Cúpula do G20 em Nova Délhi, o presidente da China, Xi Jinping, recebeu o sancionado presidente da Venezuela, Nicolás Maduro nesta sexta-feira em Pequim. Enquanto evita possíveis confrontos no fórum multilateral que conta com os principais representantes do bloco ocidental, Xi optou por um diálogo mais amigável em casa.

A China mantém relações próximas com o governo de Maduro, isolado internacionalmente, e é um dos principais credores da Venezuela, cujo PIB registrou queda de 80% em uma década, consequência da crise. Pequim emprestou 50 bilhões de dólares para Caracas na década de 2010, um valor que deveria ser pago com envios de petróleo. Em 2018, a dívida ainda superava 20 bilhões de dólares.

O regime de Maduro busca na China um aliado para romper o duro bloqueio do Ocidente e superar a crise econômica. A Venezuela era um dos países que pleiteava uma vaga no Brics, cuja cúpula aprovou a entrada de seis novos países no mês passado. Caracas ficou de fora.

As declarações das autoridades venezuelanas dão o tom da viagem oficial. Maduro desembarcou em Shenzhen, sob chuva, classificando a visita como histórica, "para o fortalecimento dos

laços de cooperação e a construção de uma nova geopolítica mundial", escreveu na rede social X (antigo Twitter). E acrescentou: "choverá boas notícias para o povo venezuelano".

Pequim deseja a visita, que prosseguirá até quinta-feira, sirva para levar as relações entre os dois países a "uma nova era", declarou Mao Ning, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores.

 

A delegação venezuelana também inclui a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, que visitou Xangai e Pequim durante a semana, e do deputado (e filho de Maduro), Nicolás Guerra. Cada um deles foi recebido por autoridades chinesas e do Brics, como o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, e a ex-presidente brasileira Dilma Rousseff, que comanda o Novo Banco de Desenvolvimento.

De acordo com o filho de Maduro, a viagem é a oportunidade de ratificar a vontade da Venezuela de aderir ao Brics.

As declarações chinesas também apontam para uma missão oficial sem grandes confrontos. Wang Yi classificou a relação entre os países como "de ferro" e prometeu apoio de Pequim para que a Venezuela defenda sua "independência e dignidade nacional".

— A confiança política mútua entre os dois países está se tornando muito sólida e a cooperação em vários setores está em expansão contínua — destacou Mao Ning, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores.

Segundo a Bloomberg,m a visita te como objetivo conseguir novos investimentos da China para o setor de petróleo e discutir possíveis ações conjuntas entre empresas dos dois países.

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