Adaptação dos estudantes de saúde ao cenário pandêmico
Importantíssimos no combate à Covid-19, estudantes de saúde superaram obstáculos para continuar com suas formações
Os cursos de saúde no ensino superior foram essenciais no combate à pandemia da Covid-19. Para auxiliar no tratamento de pacientes contaminados pelo vírus, a formação de profissionais foi acelerada, metodologias de ensino adaptadas e estruturas modificadas. Estas ações, além de salvar vidas, impactaram em mudanças permanentes na formação de profissionais e no mercado de trabalho.
O primeiro efeito sentido pelos estudantes da área foi o cancelamento das aulas práticas, que compõem a maioria da carga curricular de grande parte dos cursos de saúde. Para os que estavam já no internado, dando os últimos passos da jornada acadêmica, inicialmente foi reduzido o número de plantões realizados, assim como um rodízio nas áreas de atuação.
Com o aumento da demanda por atendimentos na linha de frente das ações de resposta à pandemia, veio a necessidade de mais profissionais. Em abril de 2020, pouco depois do início do isolamento social, o Ministério da Educação publicou a Portaria nº 383, que sedimentou o caminho para uma colação de grau antecipada e colocou novos médicos e enfermeiros no mercado.
Ainda no âmbito acadêmico, a Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS), uma das principais instituições de ensino do estado na área, enfrentou o desafio de modificar parte de sua metodologia para contornar as adversidades do cenário pandêmico. Porém, no caso da FPS, essa adaptação foi facilitada por iniciativas prévias.
Desde o ano de 2018 a instituição preparava o terreno para integrar ambientes virtuais em suas atividades, com capacitações de funcionários de gestão e professores. Por conta disso, as aulas foram retomadas de forma adaptada pouco depois do decreto de reclusão social em março de 2020.
“Na pandemia, a tecnologia nos ajudou muito. Eles não tiveram quase nenhum prejuízo na construção do conhecimento. Nos laboratórios, tiveram um hiato enquanto duplicamos o local. No hospital do IMIP, tivemos uma dificuldade porque ele fechou o ambulatório só para atender pacientes com Covid-19, então tivemos que repor essa carga-horária”, revelou Gilliatt Falbo, coordenador acadêmico da FPS.
Atualmente, a FPS conta com cerca de 13.200 alunos, com uma aprendizagem baseada na resolução de problemas, com atividades interprofissionais, teóricas e práticas. Para continuar com o exercício das aulas presenciais na pandemia, foram realizadas mudanças como ampliação de espaços e laboratório e um esquema de rodízio entre os alunos.
Outra consequência do período de reclusão foi o aumento nas áreas de atuação e empregabilidade, principalmente por conta da popularização da telemedicina. Segundo o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), cerca de um quarto dos brasileiros utilizaram o serviço de atendimento médico remoto durante a pandemia da Covid-19.