O terceiro ano é o fim de uma longa caminhada na vida dos estudantes do Ensino Médio. Com o encerramento do ciclo, vem o último desafio na busca do ingresso ao ensino superior: o vestibular. A preparação para provas como Enem e SSA ganharam um tempero a mais por conta de um cenário de adaptação ao retorno às aulas presenciais, forçando o estudante a superar adversidades para atingir o objetivo. 

Maria Fernanda Diniz, estudante de 17 anos do Colégio Santa Maria, faz parte de uma geração de formandos que tiveram mais da metade de seu Ensino Médio afetado pela pandemia da Covid-19. Neste ano, fará a prova do Enem com objetivo de ingressar no curso de Medicina. Apesar da ansiedade, a jovem enaltece a preparação no decorrer dos últimos três anos. 

"Decidi muito cedo o que eu queria, que era Medicina. Desde o nono ano venho me preparando, então dá uma certa tranquilidade. É um ano que tem muita pressão de todo mundo, incluindo autocobranças, está bem puxado, mas até agora está tranquilo", revelou. 

Durante o isolamento social, uma das estratégias adotada pelos estudantes para evitar a perda de aprendizado nos anos de restrições foi estreitar os hábitos escolares com os caseiros. "Tentei ao máximo manter a rotina de acordar cedo e sempre assistir aula focada na disciplina. Foi algo que eu sempre prezei. Eu tinha noção que o vestibular ia chegar, então tentei manter uma rotina de estudo", declarou Fernanda. 

A edição de 2022 do Enem está marcada para acontecer nos dias 13 e 20 de novembro deste ano. Além da preparação para o maior vestibular do Brasil, o Colégio Santa Maria, com 66 anos de funcionamento, possui cursos com aulas especializadas para estudantes que buscam outros vestibulares como Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). 

No caso de Fernanda, a escolha pelo curso de Medicina veio desde cedo, ainda quando avaliava as opções de curso no 9º ano do Ensino Fundamental. "Quando eu era pequena, se alguém ficava doente, eu queria dar o remédio, pegar a bandeja e brincar de fazer enfermagem. Sempre gostei muito de cuidar. Quando eu fui vendo as opções de carreira, essa foi a que mais me identifiquei", comentou.

Nervosismo

No Santa Maria, a transição para o presencial foi realizada em modelo de rodízio, em que os alunos se revezavam presencialmente nas salas de aula da escola. No início deste ano retornaram em definitivo. No regresso, os estudantes encontraram uma antiga "pedra no sapato" para os terceiranistas ao redor do Brasil: o nervosismo da prova. 

Segundo o professor Sérgio Salles, o sentimento está relacionado ao amadurecimento do estudante no decorrer da prova. "O nervosismo faz parte do processo, estranho é o aluno que não passe por esse período sem isso. É saudável na idade deles. Temos que ter cuidado, como educadores, de não deixar isso ser um fator prejudicial para o aluno. Temos que trabalhar junto com eles para transformar em motivação", sentenciou.