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Ensino Infantíl

Os benefícios do primeiro contato com a educação

O impacto da creche e dos primeiros anos escolares na jornada escolar dos estudante

A educação infantil representa os primeiros passos dos pequenos em sala de aulaA educação infantil representa os primeiros passos dos pequenos em sala de aula - Foto: Paulo Melo/PCR

A primeira experiência com a sala de aula é um marco na vida do estudante. Do zero aos seis anos de idade o desenvolvimento da criança atinge uma fase acelerada, onde o processo de aprendizagem gera estímulos duradouros. Por esse e outros motivos, o início na educação infantil é fundamental para o desenvolvimento escolar. Rogério Morais, especialista em gestão do processo educacional, comenta sobre o contato desta faixa etária com a educação. 

“O trabalho que a creche faz ao atender os primeiros anos de vida é fundamental. Ela trabalha campos de experiência que são importantes para a formação da criança. Quanto mais cedo ela entrar, melhor para assimilar os estímulos, que são realizados de forma planejada por profissionais”, pontua. 

Em 2021, por efeito da pandemia, o número de matrículas de alunos em creches e pré-escolas reduziu em comparação a 2019. As instituições privadas, em especial, sofreram uma queda de 21,6%, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Em contrapartida, com a retomada das atividades presenciais houve um aumento na procura destas instituições na Cidade do Recife. 

“Antigamente tínhamos um olhar de como se fosse apenas um espaço para dar apoio para as mães que precisam trabalhar. Continua sendo muito importante para as famílias, mas a creche tem assumido cada vez mais um protagonismo maior por entender que esse trabalho que é desenvolvido contribui de forma decisiva para o desenvolvimento”, declarou o Secretário de Educação do Recife, Fred Amâncio. 

Atualmente, são 3,7 milhões de crianças matriculadas em creches e pré-escolas públicas no Brasil. Em Recife, são 10.918 estudantes presentes em 95 creches que empregam 763 professores. 

Pós-pandemia

O período de isolamento social por conta da Covid-19 também deixou consequências para crianças que iniciam no ensino infantil. Com os pais presentes em tempo integral na rotina dos filhos, o processo de adaptação para um novo ambiente foi dificultado pela quebra de rotina brusca. 

Além disso, houve um aumento casos de transtornos psicológicos nesta faixa etária. Ana Rique, psicóloga e psicoterapeuta familiar, explica como as experiências vivenciadas no ensino infantil podem fornecer uma maior resiliência mental às futuras gerações. 

“Essa fase de formação é extremamente importante para a estruturação equilibrada da mente, do emocional, psique e das atitudes. Têm que ser trabalhadas as competências, habilidades e atitudes, de forma a estruturar um ser humano que saiba lidar com pressões e adversidades, o que muita gente não soube quando a pandemia chegou”, declarou Rique.

 Tecnologia no ensino infantil: aliada ou inimiga?

A tecnologia tem sido um elemento fundamental do cotidiano, seja pelo uso de aparelhos celulares ou computadores. Com isso, o acesso precoce das crianças a estes dispositivos é uma dúvida constante para os pais e responsáveis. Camila Pires, comunicadora de 33 anos, tenta limitar o contato da filha, de um ano e oito meses, com aparelhos tecnológicos por recomendação de um pediatra. 

“Eu evito o máximo possível que a minha filha tenha acesso às telas. Percebo que ela fica em uma agitação fora do normal, com estímulos que ela não está acostumada. Quando você não dá isso, você deixa a criança criar por ela mesma, inventar as próprias brincadeiras.  Se você dá uma tela, ela só precisa ficar parada assistindo”, revela.

Superar o vício dos alunos em aparelhos eletrônicos como celulares e tablets também é um dos maiores desafios no âmbito da educação. Segundo Rogério Morais, o contato antecipado com a tecnologia pode gerar uma passividade excessiva e prejudicar o desenvolvimento da criança.

“A tecnologia pode ser uma aliada, mas tem que haver um cuidado com a quantidade e a qualidade do acesso. Devem ser priorizadas as tecnologias que são interativas e planejadas, com uma intenção dentro de uma sequência didática maior, onde a criança busque a tecnologia como meio para um aprendizado”, analisa o especialista.

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