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Grupo Toledo: açúcar, etanol e energia elétrica

Grupo Toledo gerou 1,6 milhões de toneladas de cana, 2 milhões e 260 mil sacos de açúcar e 45 milhões de litros de etanol na safra 2023/2024

Na Usina Sumaúma, localizada na cidade alagoana de Marechal Deodoro, o grupo gera cerca de 1,6 toneladas de cana anualmente Na Usina Sumaúma, localizada na cidade alagoana de Marechal Deodoro, o grupo gera cerca de 1,6 toneladas de cana anualmente  - Foto: Divulgação

Há quase um século, o Grupo Toledo é sinônimo de tradição no setor usineiro de Alagoas. As primeiras fábricas de moagem da cana-de-açúcar (processo de extração do caldo e produção do bagaço) da empresa surgiram em 1935.

Em 1970, foi fundada a Usina Sumaúma, na cidade de Marechal Deodoro, 28 quilômetros distante da capital, Maceió.

O grupo ainda tem o controle de outras duas usinas: a Penedo Agro Industrial, em Penedo-AL, e a Companhia Açucareira Ibéria, na cidade do Borá, interior do estado de São Paulo.

“Os nossos focos de produção estão no açúcar, para o mercado externo, o etanol e a energia elétrica. Hoje, nós trabalhamos apenas em áreas de colheita mecanizada, não utilizando regiões de relevo acidentado (com irregularidades na superfície). Em Sumaúma, por exemplo, geramos em média 1,6 milhão de toneladas de cana por ano”, afirma Jorge Toledo, diretor-superintendente do Grupo Toledo e ex-presidente do Sindaçúcar-AL.

A colheita mecanizada, citada por Toledo, refere-se à operação agrícola em que a produção é realizada com o auxílio de máquinas específicas, eliminando parte do trabalho manual.

A estratégia visa colher o trabalho cultivado em grandes áreas de terra em um curto período, aumentando a eficácia e diminuindo perdas e custos de mão de obra.

Safra 23/24
Segundo dados do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Etanol do Estado de Alagoas – Sindaçúcar-AL, por meio do departamento técnico, foi registrada uma produção preliminar entre 19 milhões e 19,5 milhões de toneladas de cana na safra 2023/2024 no estado. Parte desse número vem da usina de Sumaúma.]

“Tivemos nesta safra 1,6 milhão de toneladas de cana, 2 milhões e 260 mil sacos de açúcar e 45 milhões de litros de etanol. Nossa usina gera 1.800 empregos diretos, com uma capacidade de moagem em torno de nove mil toneladas por dia."

"Os números de 2023/2024 foram bem parecidos com os de 2022/2023. Também vale destacar que, durante a pandemia, o nosso setor não foi abalado, já que houve um período com preços mais fortes no mercado internacional”, ressalta o diretor Jorge Toledo.

Processos de produção
No processo do açúcar, a cana é separada da palhada, depois picada e transportada. Com a cana moída, é retirado o caldo, que é aquecido e passa por um tratamento químico.

Em seguida, é decantado e peneirado para ficar limpo. O que sobra, conhecido popularmente como “bagaço”, pode ser queimado para gerar energia elétrica na usina.

A partir daí vêm os processos de evaporação, cozimento e cristalização do açúcar, finalizando com a centrifugação (separação entre cristais e massa cozida), secagem e estocagem. Uma tonelada de cana pode produzir cerca de 140 kg do produto.

Com relação ao etanol, o caldo é obtido por meio de uma segunda moagem, passando pela pasteurização (processo de esterilização). Ele é purificado, filtrado e centrifugado até virar melaço.

Depois, é fermentado, virando uma substância conhecida como mosto, misturada em seguida ao fermento. 
Por fim, é destilado, com o combustível separado da água. O etanol extraído é armazenado em tanques até a comercialização.

O etanol pode ser usado como biocombustível, fonte de energia elétrica ou como matéria-prima para gerar subprodutos como detergentes, produtos de limpeza, perfumes, desodorantes, cremes, bebidas alcoólicas, dentre outros.

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Energia renovável
O Brasil possui mais de 400 usinas de cana-de-açúcar, moendo mais de 600 milhões de toneladas de cana por ano, ocupando o segundo lugar em produção de etanol e primeiro em açúcar.

O PIB da cadeia sucroenergética é aproximadamente 2% do nacional, gerando mais de 700 mil vagas de emprego formal.

A cana-de-açúcar é a principal fonte primária de energia renovável do Brasil, com 16,9% de participação na Oferta Interna de Energia (OIE) do País.

A biomassa da cana é responsável por 84% da participação na produção do etanol brasileiro, suprindo 70% da frota nacional de automóveis e reduzindo em até 90% as emissões de gás carbônico em comparação ao diesel e gasolina.

No mundo todo, há cinco polos automotivos: União Europeia, China, Estados Unidos, Japão e Brasil. São aqueles com escala suficiente para gerar uma nova forma de alavancagem dos veículos. 

O deputado federal Antônio Jardim (Cidadania-SP) coordena um projeto dentro da discussão da reforma tributária que tenta fazer a utilização do biocombustível ter mais vantagens em relação aos combustíveis fósseis.

“Ainda não sabemos como ficaria na prática, mas seria importante ter mais incentivos fiscais nessa área”, observa Jorge Toledo.

As propostas em questão seguem o artigo 170 da Constituição Federal, indicando que todo exercício de atividade econômica há de respeitar limites dentro da sua atuação, como a defesa do meio ambiente.

Uma das sugestões é criar estímulos tributários para projetos envolvidos com a sustentabilidade ambiental.

Fórum Nordeste
Toledo também ressaltou a importância da discussão sobre os setores de biocombustível, etanol e energia limpa que tem sido promovida pelo Grupo EQM, presidido pelo empresário Eduardo de Queiroz Monteiro, por meio do Fórum Nordeste.

O evento é composto de painéis temáticos com o objetivo promover uma análise e busca por soluções para a continuidade da atividade econômica sustentável no crescimento global, tendo como base as mudanças das matrizes energéticas, além de ampliar o conhecimento das suas potencialidades na Região Nordeste.

“Moro em Alagoas há 44 anos, mas sou pernambucano. A minha formação intelectual e profissional foi na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Vim para cá porque meus negócios estavam aqui, mas reconheço que o centro canavieiro do Nordeste é o Recife. Esse evento promovido pelo Grupo EQM deixa acesa a chama sobre o tema e mantém viva a discussão em relação às melhorias em nosso segmento”, declara o diretor-superintendente do Grupo Toledo.

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