Sindaçúcar-AL: catalisador da economia
Em apoio ao setor, o sindicato tem buscado fomentar a diversidade no agronegócio da cana-de-açúcar, com ênfase nas energias renováveis
O setor sucroenergético se consolidou como fundamental catalisador da economia de Alagoas, garantindo empregos e desenvolvimento ao estado. Desde sua fundação, em 1944, o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas (Sindaçúcar-AL) tem representado o interesse dos produtores da cana, açúcar e energia alagoanos e, atualmente, atuando em sintonia com as boas práticas de transição energética para mitigar os efeitos do clima.
Em apoio ao setor, o sindicato tem buscado fomentar a diversidade no agronegócio da cana-de-açúcar, organizando estudos, prestando assistência jurídica, elaborando convenções coletivas de trabalho, incentivando o melhoramento tecnológico, construindo e desenvolvendo propostas de ações sociais e participando da condução da política social.
“A atuação institucional do Sindaçúcar-AL tem sido desenvolvida junto aos poderes públicos e de forma transversal com outras entidades do setor de biocombustíveis e, também, da indústria automobilística, que se desenvolve com a defesa da produção de etanol da cana-de-açúcar como a alternativa mais adequada para a mobilidade de baixo carbono no Brasil e na produção de energia a partir da biomassa a partir do bagaço de cana e da palha da cana”, detalha o presidente da entidade, Pedro Robério de Melo Nogueira.
“Esse trabalho objetiva a melhor interlocução na edição de marcos regulatórios que levem em conta as potencialidades ambientais e sociais desse energético, inclusive, a visão de futuro onde a biomassa da cana-de-açúcar e o etanol se constituirão como matérias-primas importantes na produção e uso do hidrogênio verde”, completa Pedro Robério.
Cana e energia limpa
Toneladas de açúcar a granel e em sacos são transportadas em caminhões apropriados, diretamente das usinas para o navio. O porto de Alagoas, que antes era localizado no Francês, agora opera em Jaraguá. A produção sucroalcooleira cresceu, o etanol conquistou o mercado externo, ampliando e diversificando a cana como o álcool neutro.
O setor também se destaca na produção de energia a partir da biomassa do bagaço da cana-de-açúcar. Todas as indústrias do estado de Alagoas são autossuficientes, gerando a energia necessária para seu funcionamento e algumas indústrias já iniciaram projetos de cogeração, comercializando o excedente no sistema elétrico nacional.
“O polo agroenergético da cana-de-açúcar de Alagoas e o do Nordeste se desenvolvem de forma consistente com as melhores práticas de ESG. Isso se destaca na expressão dos milhares de postos de trabalho que absorve de forma regular, pelo desenvolvimento e pesquisa das mais eficientes alternativas de produção com baixa pegada de carbono, tanto na indústria como no campo”, avalia o presidente do Sindaçúcar.
A biomassa, explica Pedro Robério, tem grande papel na indústria sucroenergética da região.
“Isso se verifica, de forma clara e crescente, na pesquisa e desenvolvimento de processos de aproveitamento de resíduos industriais, transformando-os em energia e/ou combustível verde, como nos processos racionais de sustentabilidade onde a redução no uso de insumos com alto teor de CO2, o uso racional da água na irrigação e o esforço para redução do óleo diesel na mecanização.”
Sindaçúcar e RenovaBio
Como integrante da Bioenergia Brasil, o Sindaçúcar-AL também tem atuado de forma diligente no aperfeiçoamento de todo o marco regulatório que envolva os biocombustíveis.
“A cobrança para o cumprimento rigoroso da legislação e normas do RenovaBio ocupa um lugar de destaque nesse trabalho, inclusive na cobrança de punições regulamentares sobre os agentes que descumprem as metas desse Programa”, diz Pedro Robério.
“Além da representatividade institucional legal inerente a esse tipo de entidade, o Sindaçúcar-AL tem, diuturnamente, desenvolvido ações que visem o fortalecimento e o desenvolvimento sustentável dessa atividade em Alagoas, que se constitui numa das maiores no ambiente econômico-social pela expressiva circulação de renda, pelo largo uso de colaboradores, pela integração com os milhares de produtores de canas a ela integrados”, comenta o presidente da entidade sindical.
Essas ações, frisa Pedro Robério, se desenvolvem no âmbito estadual em harmonia com o Governo e em conformidade com a legislação fiscal e ambiental, sempre em sintonia com o crescimento sustentável e com as demandas nacionais integradas com as entidades setoriais, a exemplo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), da Confederação Nacional da Agricultura - CNS, do Poder Executivo e do Congresso Nacional, no acompanhamento de todas as regulações dessa atividade.
Meio Ambiente
Alagoas possui 70 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN), mantidas por meio de investimentos de seus proprietários. Destas, 35 unidades estão sob a proteção de usinas de açúcar e etanol.
Além da descarbonização, a preservação ambiental tem recebido atenção do setor sucroenergético alagoano.
A área total preservada é superior a 72 mil hectares. Além das áreas de RPPNs, matas nativas e de reflorestamento, existem 3.666 ha de mata ciliar – recuperadas mediante Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público Estadual.
As Mata ciliares - florestas ou outros tipos de cobertura vegetal nativa, que ficam às margens de rios, igarapés, lagos, olhos d’água e represas - recebem esse nome pelo fato de serem tão importantes para a proteção de rios e lagos como são os cílios para os olhos.
Além de protegerem os recursos naturais, a exemplo de nascentes e rios, imprescindíveis para a fauna e a flora, também servem de espaço para atividades de conscientização sobre a defesa do meio ambiente, sendo o habitat natural de várias espécies que integram a Mata Atlântica do Nordeste.
No Brasil, o setor sucroenergético mantém mais de 1.733 reservas, que preservam mais de 810 mil hectares. Na Mata Atlântica se concentra o maior número, são 1.268 no total, que protegem 236 mil hectares.
Pouco mais da metade, cerca de 125 mil hectares, está distribuído por 350 reservas criadas ou financiadas por empresas ou instituições do terceiro setor, segundo dados da Confederação Nacional de RPPN.