Sindaçúcar-PE: potência na transição energética
Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco desempenha um papel determinante para o desenvolvimento e protagonismo do setor sucroenergético
O Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE) é a entidade que representa as usinas e destilarias de açúcar e etanol no Estado.
Fundado em 1941, o órgão desempenha um papel essencial na defesa dos interesses do setor sucroenergético, que faz do Estado um dos maiores produtores de açúcar e etanol do Brasil.
O Sindaçúcar-PE atua em diversas áreas, como a representação política e institucional do setor junto aos governos estadual e federal, o incentivo a pesquisas e inovações tecnológicas e o apoio na implementação de práticas sustentáveis na produção.
Uma dessas práticas sustentáveis é a utilização de processos de fermentação avançados. Técnica melhora a eficiência do uso da biomassa e reduz emissões de resíduos, evitando a decomposição dos resíduos em aterros.
Atuação
Além disso, o sindicato é responsável por elaborar estudos, convenções coletivas de trabalho, prestar assistência jurídica aos associados, incentivar o melhoramento tecnológico, dar apoio logístico, desenvolver estatísticas e participar na condução da política setorial.
A entidade lidera discussões sobre políticas públicas, visando fortalecer a competitividade das usinas pernambucanas no mercado nacional e internacional.
Recentemente, o presidente do Sindaçúcar-PE, Renato Cunha, participou de uma reunião empresarial no Consulado do Brasil em Nova York, nos Estados Unidos, para tratar de questões relacionadas à transição energética no Brasil.
A reunião contou, ainda, com parlamentares, traders, produtores e comerciantes de açúcar brasileiros, além de autoridades norte-americanas.
O sindicato também se empenha em garantir a sustentabilidade econômica, social e ambiental das atividades das usinas associadas, promovendo ações voltadas para a redução de impactos ambientais e a melhoria das condições de trabalho no campo.
Horizonte em expansão
A cana-de-açúcar tem um valor relevante na transição energética, especialmente em um país como o Brasil, onde sua produção é consolidada e está em constante inovação.
No campo econômico e social, a transição energética tem impactado positivamente o setor sucroalcooleiro de Pernambuco, que está retomando seu potencial de investimento na produção de cana-de-açúcar.
Na safra 2024/2025, espera-se o esmagamento de mais de 14,5 milhões de toneladas de cana no Estado, resultando na produção de um milhão de toneladas de açúcar, 400 milhões de litros de etanol e energia derivada da bioeletricidade.
“O Sindaçúcar enxerga o futuro da energia em Pernambuco com otimismo, especialmente com as tendências globais de sustentabilidade. Entretanto, as metas de descarbonização devem ser acompanhadas de compromissos mensuráveis e mecanismos de punição para garantir que sejam atingidas, conforme discutido nas conferências climáticas internacionais, como a próxima 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém do Pará”, acrescenta Cunha.
Somado a isso, o objetivo do Sindaçúcar-PE para os próximos anos é atuar de forma sistêmica, adaptando-se às mudanças intrínsecas das transições energéticas e fortalecendo a sustentabilidade no setor.
Descarbonização
Os biocombustíveis, especialmente o etanol, contribuem para a descarbonização e a redução das emissões de gases de efeito estufa.
Em Pernambuco, o etanol representa mais de 40% do consumo de combustíveis veiculares, além de gerar cerca de 70 mil empregos diretos em mais de 60 municípios.
“A cana-de-açúcar, a principal matéria-prima, remove aproximadamente 9,8 milhões de toneladas de carbono por ano, equivalente ao plantio de 1,4 bilhões de árvores em 20 anos. Essa significativa contribuição ambiental reforça o potencial do setor na atual transição energética”, pontua Cunha.
Ainda segundo o presidente, o setor está investindo em inovações tecnológicas para aumentar a eficiência energética e reduzir os impactos ambientais, com destaque para o uso de biomassa na produção de energia.
Contudo, a falta de incentivos específicos e programas de fomento é um desafio, embora marcos regulatórios e novas políticas públicas, como o Combustível do Futuro, estejam sendo desenvolvidos para apoiar essa transição.
Combustível do futuro
O percentual de energia renovável no setor de transportes, considerado de difícil descarbonização, chegou a 22,5% em 2023. É o que mostra o Balanço Energético Nacional (BEN) 2024, divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em parceria com o Ministério de Minas e Energia (MME).
Entre os destaques do balanço para o setor de biocombustíveis está o aumento do consumo de etanol, que cresceu 6,3%, e de biodiesel, que subiu em 19,2% em 2023, em comparação ao ano anterior.
O Projeto de Lei do Combustível do Futuro está alinhado com a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). O objetivo é expandir a participação dos biocombustíveis na matriz energética brasileira, garantindo a redução de emissões e promovendo a competitividade no setor.
A proposta também contempla incentivos fiscais, apoio à pesquisa e desenvolvimento e a criação de um mercado regulado para novos combustíveis.
“Trata-se de um projeto moderno, atual, que estabelece princípios, metodologias e que tem por objeto a descarbonização do nosso País no momento atual de transição energética que ocorre no mundo”, explica o presidente do Sindaçúcar-PE.
Essas iniciativas fazem parte de um esforço maior para o Brasil cumprir seus compromissos climáticos internacionais e se manter na liderança global da produção de energia limpa e renovável.