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A influência dos pets no mercado

Nova tendência do mercado de imóveis no Brasil, os pet places ganham espaço, com a proposta de tornar a vida dos animais de estimação mais confortável

O CÃOZINHO CAETANO SEMPRE SE EXERCITA NO PET PLACE DO PRÉDIO ONDE MORA COM SEU TUTOR, GEORGE VIEIRAO CÃOZINHO CAETANO SEMPRE SE EXERCITA NO PET PLACE DO PRÉDIO ONDE MORA COM SEU TUTOR, GEORGE VIEIRA - Foto: ALEXANDRE AROEIRA/FOLHA DE PERNAMBUCO

Os animais de estimação somavam aproximadamente 168 milhões em 2022, em todo o mundo. Esse número representa um crescimento de 3,6% em relação ao ano anterior, segundo dados do Euromonitor, elaborados pela Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o Brasil é o terceiro país que mais fatura no segmento, representando 4,95% do mercado global, atrás apenas dos Estados Unidos (43,7%) e da China (8,7%).

Se antes os bichinhos - cães, gatos, peixes e aves, na sua maioria, - eram, por muitas vezes, proibidos nos condomínios, hoje a legislação assegura o direito de qualquer cidadão ter animais de estimação em suas residências, independentemente de morarem em casas ou apartamentos, contanto que o pet não coloque em risco o bem-estar ou a vida de outros moradores.

O alto índice de famílias com pets tem provocado uma nova tendência nos condomínios e residenciais no País. As grandes construtoras têm apostado em empreendimentos com espaços de lazer para os bichos de estimação, com a proposta de tornar a vida dos animais mais confortável e, ao mesmo tempo, facilitar a rotina dos tutores. Nesse contexto, os chamados pet places têm sido um dos fatores decisivos na hora de os tutores comprarem ou alugarem um apartamento.

O que são pet places?

O espaço foi idealizado para ser uma área especialmente projetada e destinada aos animais de estimação dentro de um condomínio residencial. O local conta com infraestrutura para oferecer divertimento e até mesmo permitir que eles se exercitem, em espaços para passeio, lazer, equipados com aparelhos como rampas, túneis de concreto, arcos e gramado ou areia. 

De acordo com Thaís Matos, médica veterinária, esses espaços trazem como benefícios a comodidade ao tutor de não precisar se deslocar para parques distantes ou praças públicas para que o pet possa se divertir e socializar, facilitando a rotina, economizando tempo e esforço no cuidado diário com o animal de estimação.

“Não podemos esquecer dos benefícios em relação ao bem-estar físico e emocional dos pets, pois a prática regular de exercícios contribui para manter o peso adequado, fortalecer músculos e articulações, melhorar a circulação sanguínea e estimular a mente do animal, prevenindo problemas de saúde e comportamentais”, explica.

Facilidade nos cuidados

O advogado Marcelo Tenório, de 46 anos, é tutor da Frida, cachorra da raça Boston Terrier, que é frequentadora assídua do pet place do prédio onde mora no bairro Boa Viagem. Marcelo diz que o espaço do apartamento não é o adequado para um cachorro porque eles gostam de correr, cavar e interagir e que ter à disposição o aparelho no condomínio facilita no cuidado do dia a dia do animal.

“Algumas vezes não posso dar uma volta maior na rua e prefiro usar o espaço. Os dias que ela não sai de casa, fica chateada. Quando eu demoro a levá-la, ela vem atrás de mim pedindo para descer e passear”, relata o advogado.

Marcelo Tenório, tutor de Frida, diz que o pet place atende as necessidades do animal que vive em apartamentoMarcelo Tenório, tutor de Frida, diz que o pet place atende as necessidades do animal que vive em apartamento | Foto: ALEXANDRE AROEIRA / FOLHA DE PERNAMBUCO

De acordo com a veterinária comportamentalista Aina Bosch, assim como nas construções de condomínios foi pensado no espaço para criança, agora é imprescindível criar áreas comuns para os pets.

“Temos que entender as necessidades e as peculiaridades de cada espécie”, diz. “Os gatos, por exemplo, não se adequam a esses ambientes porque eles se sentem como presas. Para os tutores de gatos, vale mais pensar na gatificação dentro do próprio apartamento”, afirma. “Já os cães são instintivamente sociais e caçadores, eles têm uma demanda de energia muito grande, e espaços assim são fundamentais para o bem-estar deles”, explica a veterinária.

George Vieira, estudante de 23 anos, é tutor do Caetano, um cão sem raça definida que adora brincar no equipamento do prédio onde o estudante mora com a família, também em Boa Viagem. George enfatiza sobre praticidade de se ter um espaço adequado no próprio condomínio. 

“Ter o pet place aqui traz conforto e é mais prático. Tem prédio que é preciso fazer isso no estacionamento, que não é indicado para os animais”, relata. “Aqui tem a rampa, a grama para ele rolar, a terra para ele cavar. Ele volta para o apartamento bem relaxado”, afirma o jovem. “Quando não vem [ao pet place] fica estressado e faz bagunça.”

Comportamento e convivência

Como em qualquer área comum, o pet place também possui regras para garantir a segurança e bem-estar dos animais e moradores. Isso inclui do horário de funcionamento à obrigatoriedade de recolher as fezes do animal.

A especialista em comportamento animal Aina Bosch chama a atenção, porém, para outras questões importantes. Uma delas é o investimento do condomínio em consultores especialistas na área para instruir os tutores de como fazer bom uso do espaço.

Outro ponto é a exigência da apresentação do documento de vacinação e de outros procedimentos que garantam a saúde dos bichinhos. “É de suma importância a realização de vermifugação e desparasitação, de preferência em datas combinadas, além de pulverizações para garantir a higiene do local”, alerta Aina Bosch.

Infográfico Folha Imóveis - Pets
 

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