Animal de estimação ganha cantinho especial
A convivência mais próxima com seus donos revelou a necessidade garantir áreas apropriadas para os bichinhos. Assim, os pet places foram trazidos para dentro de casa, dos condomínios, das clínicas e cafeterias, entre outros espaços
A nova rotina da população vem alterando hábitos e comportamentos da vida em casa. A pandemia da Covid-19 mudou a relação das pessoas com seus grandes companheiros, os animais de estimação. Cada vez mais considerados “membros da família”, a convivência mais próxima com seus donos criou a necessidade de ter espaços apropriados para eles, os chamados pet places, seja dentro da própria casa, do apartamento, em áreas de convivência nos condomínios, em ambientes públicos ou até mesmo privados, como clínicas veterinárias e cafeterias.
E não só a pandemia promoveu a importância da interação nos espaços. A moradia em centros urbanos torna essencial ter ambientes especializados para os animais. “É observado o aumento da procura de ambientes para o pet, com edifícios já montando áreas para eles, por exemplo. As construtoras que já enxergam essa realidade se diferenciam no mercado”, disse Márcia Mendonça, CEO da Mundo Pluto, loja especializada em enriquecimento ambiental para gatos e cachorros.
Em muitos de seus lançamentos recentes, a Moura Dubeux vem implantando Pet Places e até Pet Wash, local para higiene dos animais, na área de lazer dos edifícios. Nos empreendimentos Olhar das Dunas, em Natal; Verdano, no Recife, e Artiz Meireles, em Fortaleza, os Pet Places já têm presença garantida.
A Pernambuco Construtora também está investindo em empreendimentos com áreas para animais. Um dos mais recentes é o Tamarineira Prince Vanguard, que será entregue em 2024. “Consideramos esta área super importante para a rotina e a saúde dos animais de estimação, além de promover mais interação e segurança para os condôminos”, comentou a empresa.
“As pessoas estão entendendo que os pets fazem parte da família, são companheiros. Com a pandemia, tivemos notícias de muitos resgates e doações de animais. O home office aumentou a convivência, deu para perceber mais as necessidades dos pets em casa. Então, os investimentos que as famílias aplicavam em outras áreas, como viagens e restaurantes, começaram a ser aplicados em ambientes mais agradáveis para os pets porque essas outras atividades foram reduzidas”, analisou Márcia.
Para se ter uma ideia, a Mundo Pluto teve crescimento de 38% nas vendas de peças para os animais, comparado ao período pré-pandemia. Rampinhas, casinhas, escadinhas e circuito de obstáculos são algumas das peças presentes nos pet places. São produzidos elementos para a diversão dos animais até a prevenção da saúde.
“É um mercado que vem crescendo cada vez mais. As pessoas não estão saindo de casa e estão adotando animais. Todos os perfis de clientes e de todas as classes sociais procuram peças para comprar, seja para casa, sítio, apartamento”, comentou Luiz Fernando Marin, empreendedor da Moveleiro Pets, loja também fabricante de peças para animais.
Os empreendedores identificaram em suas próprias casas a necessidade das famílias por seus produtos. “Comecei fazendo uma rampa para meu cachorro porque ele tinha problema de coluna, depois foram aparecendo pedidos e montei a página nas redes sociais. Eu trabalho por encomenda, atendimento digital e vendas on-line. Entrei nesse mercado porque encontrei essa necessidade na vida das pessoas”, complementou Luiz Fernando.
“Hoje o que mais atendemos são pedidos por peças para pets com criação e ambientação para apartamentos, com circuitos menores para sala, quarto, varanda. Os pedidos para as casas são até de espaços maiores para os animais brincarem. Em clínicas veterinárias, por exemplo, os projetos são para melhorar o ambiente no atendimento dos animais”, explicou Márcia, da Mundo Pluto.