Economia e política precisam estar alinhadas
Entre os fatores que podem interferir diretamente no segmento, estão a inflação alta, a instabilidade política e o aumento contínuo da taxa Selic. Apesar disso, o principal desafio para o setor no ano de 2022 será as eleições, já que o empresário vive de projeções, principalmente do cenário político.
De acordo com o professor de Comércio Exterior da Faculdade Damas e especialista em finanças internacionais, Bianor Teodósio, para que o mercado imobiliário e a construção civil tenham bom desempenho, é preciso que o cenário político tenha estabilidade.
“É essencial que este a no eleitoral, por mais que se imagine as dificuldades, apresente uma tendência de normalidade. A construção emprega muita gente, então, para um setor como esse, a questão de ter um ano eleitoral complicado indica que a empresa não vai pensar em construir algo para quatro ou cinco anos depois se imaginar que o processo político vai mudar. Provavelmente não vamos crescer fortemente, mas se os processos políticos forem tranquilos, será um ano com resultado positivo e poderá indicar que os anos seguintes vão ter recuperação econômica efetiva”, analisa.
Apesar das dificuldades enfrentadas, o ano de 2021 foi positivo para o setor, que se deu pelo funcionamento das construtoras durante a pandemia da Covid-19. Por conta disso, o segmento conseguiu recrutar mais profissionais, gerando empregos e entregando obras e imóveis.
“O setor de construção foi um dos mais beneficiados na pandemia por conta de dois fatores. Os juros baratearam e os investimentos em infraestrutura precisam de taxas mais competitivas, o que beneficiou o setor. Por outro lado, houve uma demanda expressiva por questões de construção, mas também por materiais, e acabou fazendo com que houvesse investimento para elevar contratação. O setor tem uma grande mão de obra, principalmente braçal”, comenta o economista da Búzios Consultoria, Rafael Ramos.