Empreendimentos verdes conquistam espaço
Respeito e proteção do meio ambiente estão sendo cada vez mais valorizados por clientes e empresas, pois além de preservar os recursos naturais por meio da adoção de técnicas sustentáveis, garantem vantagens econômicas aos usuários, como a redução do uso
Os empreendimentos que prezam pelos recursos naturais e conforto com sustentabilidade estão ganhando muita importância no mercado, sempre atento aos caminhos inovadores adotados pelo mundo. E além de respeitar e proteger o meio ambiente, esses imóveis também conseguem garantir vantagens econômicas para os moradores. Hoje, especialistas acreditam que as construtoras que valorizam edificações com projetos ecológicos saem na frente e estão se valorizando diante dos clientes. “O conforto ambiental faz a ponte entre o conforto ecológico e a tecnologia. Dentre os três pilares da arquitetura, que são funcionalidade, estrutura e estética, o ambiente ecológico vai mais para o pilar funcional, pois o objetivo é aproveitar a natureza”, explicou o professor de Conforto Ambiental do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Ruskin Freitas.
E o que significa aproveitar a natureza nos imóveis? O professor Freitas deu alguns exemplos. “Se o ambiente for quente, é saber aproveitar os recursos naturais, como o vento, e promover a proteção do sol”, disse o professor. “Muitos prédios no Recife, por exemplo, têm elementos de proteção solar, que promovem sombra e permitem passagem de vento, como é o caso do brise, varanda, marquise, beiral e cobogó. Não são elementos caros e diminuem o custo de energia elétrica para os moradores, pois diminuem o uso de ar-condicionado, por exemplo. Esses elementos têm origem antiga, mas hoje existem formas e materiais mais contemporâneos e com estética”, complementou Freitas.
A utilização da ventilação natural por meio dos elementos de proteção é muito comum, mas há outras opções para diminuir a temperatura dos espaços dentro do edifício, ou seja, para sentir menos calor dentro do ambiente. “O teto verde é uma realidade que diminui a temperatura, mas não só isso. O teto verde em cima dos imóveis também pode ser utilizado para reservar água da chuva, ou seja, retardar a água para que ela seja encaminhada para áreas pluviais”, explicou o professor.
“O teto verde não é novo, mas está sendo resgatado por uma questão de consciência ambiental e necessidade de economizar porque evita que as pessoas liguem o ar-condicionado ou ventilador. Além disso, a estética fica mais agradável. Olhar para a vegetação no alto dos edifícios produz conforto psicológico melhor que olhar para uma laje de concreto. E, se o teto tiver área com assentos, ele se chama teto jardim”, acrescentou ele.
Outro projeto sustentável encontrado nos imóveis é o de reaproveitamento da água. Segundo Freitas, “há diversos projetos que apresentam economia de água e consequente proteção do ambiente. São sistemas que pegam a água do banho e da cozinha, por exemplo, e reaproveitam para a descarga”.
Um processo também de economia e sustentabilidade é o uso de energia solar através das placas fotovoltaicas, em que cada edificação produz sua própria energia. “O imóvel recebe luz solar para produzir energia. No Recife ainda é pouco utilizado, mas é uma forma ambiental e econômica. É preciso um investimento inicial porque o sistema fotovoltaico não é tão barato, mas depois a pessoa terá lucro, pois o valor da conta de energia ficará bem mais baixo”, disse Freitas.
“A pegada ecológica é uma tendência de mercado. Arborização ou gramado são exigidos em 25% ou 50% da área de sol natural, a depender da região onde estiver localizado o edifício. E essa pegada ambiental auxilia na hora das vendas porque o cliente valoriza”, disse José Antônio Simón, 2º vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) e ex-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Pernambuco (Sinduscon-PE). Mas além de priorizar o verde dentro dos prédios, outros equipamentos têm um impacto positivo para a sociedade, como é o caso dos espaços criados para guardar as bicicletas dos moradores, cada vez mais adeptos de uma vida saudável.
O conforto do ambiente verde será encontrado no Edifício Avenida, da Vale do Ave. O paisagismo vai ser uma particularidade do empreendimento, que terá um jardim imersivo com área de 700 metros quadrados (m2) na coberta da garagem para ser um local reservado à pausa, interação com a natureza e prática de meditação. Além disso, o empreendimento, que está em construção, contará com um acabamento moderno da fachada que interfere no conforto acústico, segurança, proteção contra intempéries, conforto climático e eficiência energética.
A construtora Moura Dubeux também entende a importância de ambientes verdes. O lançamento Artiz Meireles, em Fortaleza, por exemplo, está sendo construído com árvores e bancos. No lançamento Verdano, no Recife, há um playground com árvores, gramado e parquinho.
As escolhas ambientais sadias e que estimulam o pensamento sustentável são encontradas no residencial En Avance Espinheiro, do grupo Referencial Desenvolvimento Imobiliário (RDI), localizado na Zona Norte do Recife. Energia solar para abastecer áreas comuns, reuso de água da chuva para irrigação, poço artesiano são exemplos no empreendimento que, além de concretizarem nossa consciência ambiental, trazem diminuição drástica de custos ao condomínio.
“Há uma maior consciência de todos nesse sentido, espaços verdes e respeito ao meio ambiente, questões como barulho, lazer, entre outros, estão cada vez mais sendo determinantes no sucesso dos novos empreendimentos”, opinou o presidente do Sindicato da Habitação de Pernambuco (Secovi-PE), Márcio Gomes.