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Multiuso e funcional: conheça os dois destaques de tendências do setor imobiliário

Fim da pandemia da Covid-19 representa marco para mercado de imóveis nos ambientes residenciais, que passaram a priorizar funcionalidade

"Hoje temos um modelo que deixa retorno financeiro ao condomínio. Foi custo zero para implementar", celebra Anne Karine"Hoje temos um modelo que deixa retorno financeiro ao condomínio. Foi custo zero para implementar", celebra Anne Karine - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Com a rotina da população em um ritmo cada vez mais agitado, os imóveis, sobretudo os residenciais, vêm sofrendo mudanças na direção da adaptação aos costumes contemporâneos. São duas as principais tendências: multiuso e funcionalidade, seja para atividades na área profissional ou para momentos de autocuidado e lazer.

A arquiteta e urbanista Sara Freitas, de 38 anos, coloca o fim da pandemia da Covid-19 como um marco para a inserção do essencial mínimo nos imóveis. 

“Desde o pós-pandemia o minimalismo se destacou. O olhar ficou voltado para a funcionalidade dos espaços e dos móveis. Foi vista a conexão com a natureza, uma tendência que veio para ficar", constata.

Sara Freitas aponta fim da pandemia da Covid-19 como marco de mudança na arquitetura | Foto: Alexandre Aroeira/ Folha de Pernambuco

"São projetos que buscam refletir a personalidade e os interesses dos moradores, tornando a casa um espaço pessoal e acolhedor, além de ajudar a despertar o sentimento agradável do retorno”, afirma. 

É por meio desse sentimento que se expande a possibilidade de que várias atividades sejam investidas sem trocar o endereço temporariamente.

Um outro fator se dá pela economia, levando-se em consideração os preços mais acessíveis dos apartamentos compactos, assim como menores taxas de manutenção e despesas com condomínio, energia, água e Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU).

“A ideia é transformar a casa num local onde possam não apenas descansar, mas desfrutar de momentos de lazer, trabalho e interação social, sendo significativo na vida moderna”, explica a arquiteta.

A arquiteta Sara Freitas diz que os novos projetos buscam refletir a personalidade e os interesses dos moradoresArquiteta Sara Freitas diz que novos projetos buscam refletir a personalidade e os interesses dos moradores | Foto: Alexandre Aroeira/ Folha de Pernambuco

Adaptações ao "novo normal"
O desejo por praticidade e tempo acontece em um movimento de dentro para fora. Porém, o caminho inverso também se faz presente nas adaptações imobiliárias, ocupando o “novo normal” deixado pela pandemia.

Um dos principais exemplos é a acústica. Com a crise de saúde, as residências passaram a abrigar atividades para estudos e trabalhos. E algo precisou ser montado como barreira contra os ruídos.

O arquiteto e urbanista Dan Rodrigues, de 46 anos, mestre em desenvolvimento urbano e especialista em conforto ambiental, cita os tipos de ruídos que mais costumam incomodar.

“O primeiro é aéreo, transmitido através do ar, pelos pisos e paredes com pouca densidade, mas também por frestas nas janelas e portas", diz.

Outro ruído é de impacto ou vibração, que surge por impactos transmitidos pela estrutura da edificação, afirma.

São muitas as opções para isolar sons indesejados. “Paredes em drywall com lãs e esquadrias com vidros espessos e duplos, com caixilhos densos e os pisos flutuantes”, elenca.

O arquiteto Dan Rodrigues diz que, com o home office, barreiras contra ruídos também passaram a fazer parte das residênciasArquiteto Dan Rodrigues diz que, com home office, barreiras contra ruídos também passaram a fazer parte das residências | Foto: Walli Fontenele/Folha de Pernambuco

Necessidade e praticidade
A consultora de benefícios Anne Karine Oliveira, de 45 anos, está entre o grupo de pessoas que aprova as inovações que visam a praticidade. Ela mora em um prédio no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, onde um mercado foi construído.

Anne Karine, no mercado construído dentro do prédio em que reside, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife | Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Ela fez parte de uma comissão que definiu qual seria a empresa responsável pelo mercado e por acompanhar de perto o funcionamento do negócio, além de realizar compras.

“Foi complexo. Apesar dos benefícios que teríamos, estávamos tratando de um espaço comum a quase mil moradores, são 396 apartamentos com opiniões e necessidades diferentes. Tivemos que analisar a empresa, e os valores que iam ser praticados sempre foi uma preocupação nossa, para que o negócio fosse duradouro", afirma.

"Analisamos custos e o retorno que traria. Hoje temos um modelo que deixa retorno financeiro ao condomínio. Foi custo zero para implementar, retorno em cima das vendas e cashback nas compras”, enfatiza.

Uma das finalidades é alcançar diversas demandas e faixas etárias. “O espaço é bem utilizado, atendendo perfeitamente ao morador que esqueceu de comprar um creme de leite para a receita do almoço, assim como o que recebeu amigos e desceu pra comprar refrigerante ou cerveja”, exemplifica, antes de detalhar a sua experiência.

“Eu compro muito. Amo praticidade e comodidade. Acredito muito nesse modelo de negócio. Lógico que não é o local de fazer a feira do mês, mas um local que atenda suas necessidades emergenciais, que salve de um sufoco, que poupe de ter que sair para completar receita ou tomar picolé”, diz.

Diferenciais e comodidade
Para o casal de jornalistas Anderson Malagutti, de 35 anos, e Luiza Alencar, de 31, pais de Lara, de um ano e três meses, o diferencial é poder desfrutar de um espaço amplo, seguro e com ferramentas lúdicas para a filha.

Lara durante momento de lazer no prédio em que mora com os pais, no bairro da Várzea | Foto: Arquivo pessoal

A família mora em um prédio na Várzea, que é o segundo maior bairro em termos de extensão na capital pernambucana. No espaço, eles têm à disposição diversos serviços para o público infantil, como brinquedoteca, sala de cinema, sala de jogos, playground, piscinas e quadras de futebol e vôlei. 

Mas esse não é um compromisso pensado apenas para a criança. “Basicamente, vamos todos os dias. A oferta é grande e sempre tem alguma coisa diferente para fazer e distrair. Por ser dentro do prédio, facilita na correria do dia a dia, mas principalmente pela segurança. É a primeira alternativa e mais prática”, conta o pai. 

Com a gestora esportiva Adja Andrade, de 39 anos, o serviço que lhe garante otimizar o tempo é o da academia do edifício em que reside, no bairro da Boa Vista, área central do Recife. “Praticidade, comodidade e otimização de tempo”, descreve.

Lá, ela mantém uma rotina diária de duas idas, o que dificilmente seria executado com uma logística diferente e fora de casa.

“Faço cardio pela manhã e treino pesado musculação pela noite. Os horários livres da academia facilitam muito encaixar o tempo na minha rotina corrida”, salienta.
 

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