Integração entre os aeroportos de Recife, Petrolina, Caruaru e Serra Talhada fortalece logística
Conexão entre os aeroportos de Pernambuco reduz custos, desenvolve setores estratégicos da economia e impulsiona o crescimento econômico
A infraestrutura aeroportuária desempenha um papel essencial no desenvolvimento econômico e na integração de regiões, sobretudo em um Estado como Pernambuco, que busca ampliar suas conexões logísticas e fortalecer setores estratégicos da economia.
Nesse contexto, a integração entre os aeroportos de Recife, Petrolina, Caruaru e Serra Talhada surge como uma estratégia primordial para otimizar o escoamento da produção e impulsionar o crescimento regional.
O secretário estadual de Mobilidade e Infraestrutura, Diogo Bezerra, destaca que essa integração é fundamental não apenas para conectar as regiões, mas também para reduzir distâncias, custos e tempo de deslocamento. “O desenvolvimento de aeroportos regionais como Caruaru, Serra Talhada, Araripina e Garanhuns é essencial para criar essas conexões, permitindo investimentos efetivos. Atualmente, os aeroportos sob a tutela do Estado necessitam de altos investimentos para atingir o potencial necessário”, afirma.

A conexão entre os aeroportos regionais e o hub da capital é uma das principais estratégias para transformar o Estado em um polo logístico. Além disso, Bezerra salienta que a modernização da infraestrutura aeroportuária é um fator determinante para atrair novos investimentos e facilitar a expansão de negócios em setores como agricultura, indústria e turismo.
Investimentos
Para garantir que cada aeroporto contribua para o desenvolvimento econômico local, investimentos expressivos estão sendo realizados. Em Serra Talhada, foram aplicados entre R$ 16 milhões e R$ 18 milhões na ampliação das pistas laterais, garantindo mais segurança e permitindo o pouso de aeronaves maiores. Esse investimento não apenas melhora a infraestrutura, mas também abre portas para o crescimento do turismo na região, valorizando o potencial do Sertão do Pajeú.

Já em Caruaru, há um projeto robusto de R$ 150 milhões, que inclui a construção de uma nova pista e um terminal de mais de 6 mil metros quadrados. A cidade, conhecida como capital do Agreste, espera que essas melhorias contribuam significativamente para a dinamização do setor de confecções e do comércio regional, ampliando também sua capacidade de exportação.

Em Salgueiro, embora não seja um aeroporto comercial, estão sendo investidos R$ 3 milhões em infraestrutura para atender pousos de resgate e emergências. A localização estratégica de Salgueiro no entroncamento de rodovias federais torna o aeroporto um ponto-chave para ações de logística emergencial e apoio à saúde pública.
Perfis
Os perfis de cada aeroporto refletem as demandas econômicas das regiões que atendem. Em Serra Talhada, no coração do Sertão, o foco é facilitar negócios e a mobilidade da população.
A cidade busca se consolidar como um polo de serviços e educação, com o aeroporto servindo como uma porta de entrada para investidores e visitantes.
Caruaru, por sua vez, se destaca pela indústria de confecções, onde o aeroporto será essencial para expandir a exportação. A infraestrutura ampliada permitirá que os produtos locais cheguem com mais rapidez e eficiência aos mercados nacionais e internacionais. Essa conectividade é vital para fortalecer a competitividade da região.
Já Petrolina, que é referência na exportação de frutas, precisa de melhorias logísticas como frigoríficos para conservação. O aeroporto desempenha um papel crucial no transporte aéreo de cargas perecíveis, contribuindo diretamente para o crescimento do agronegócio e para a economia de Pernambuco. “Embora o Estado não tenha gestão direta do Aeroporto de Petrolina, reconhecemos sua importância para a economia regional”, pontua Bezerra.
Recife
O Aeroporto do Recife, sendo um dos maiores hubs do Nordeste, desempenha um papel estratégico ao complementar as operações dos aeroportos regionais. O diretor do Aeroporto do Recife, Diego Moretti Rodrigues, explica que a infraestrutura permite a conexão de passageiros e cargas do interior do Estado com destinos nacionais e internacionais.
"Criamos novos corredores para conexões internacionais, reduzindo o tempo e simplificando os processos. Passageiros que antes enfrentavam dificuldades têm agora uma experiência mais ágil e eficiente”, destaca.
Além disso, o Aeroporto do Recife tem investido em soluções inovadoras para melhorar a experiência dos usuários. A ampliação das áreas comerciais e de lazer reflete a preocupação em oferecer conforto e conveniência aos passageiros, ao mesmo tempo que aumenta a receita não-aeronáutica do terminal.
Melhorias
Recentemente, o Aeroporto do Recife passou por melhorias significativas, com investimentos da ordem de 40% na área operacional. “Implementamos sistemas modernos como o BHS (Baggage Handling System), que automatiza o despacho de bagagens, e aumentamos os pontos de embarque de 11 para 15.Além disso, ampliamos os terminais com novos CBPs (Controle de Border Patrol) e eGates da Polícia Federal, agilizando processos de imigração e emigração”, detalha Rodrigues.
Esses avanços elevaram a capacidade do aeroporto de 9 milhões para 15 milhões de passageiros por ano. As modernizações também incluem novos sistemas de iluminação e sinalização, que aumentam a segurança das operações, especialmente durante condições climáticas adversas.
“O Aeroporto do Recife fez uma série de investimentos, que chamamos de fase 1B do contrato de concessão. Foram realizados investimentos em pátio e pista, especialmente em itens de segurança. Implementamos áreas de escape nas cabeceiras 18 e 36, sendo que a cabeceira 18 concentra mais de 90% das operações. Também implementamos operação por instrumentos na cabeceira 18 e reforçamos a segurança com faixas preparadas para possíveis emergências, permitindo acesso rápido dos caminhões de bombeiro em caso de incidentes”, explica o diretor.
Sustentabilidade
Para minimizar impactos das obras, como manutenções na pista principal, o Aeroporto do Recife utiliza janelas operacionais em horários de menor movimento, especialmente na madrugada. “Notificamos as companhias aéreas com até 180 dias de antecedência sobre alterações temporárias. Nosso objetivo é sempre coordenar as manutenções com a operação do aeroporto para causar o menor impacto possível”, reforça Rodrigues.
A sustentabilidade também é um pilar central nas operações. “Hoje, nossa energia é 100% limpa, e contamos com uma estação de tratamento de água. Estamos trabalhando para incorporar equipamentos elétricos em nossas operações, tanto do aeroporto quanto das empresas terceirizadas. Fazemos parte de um programa de metas para atingir o carbono zero, integrando ações de sustentabilidade em todos os 17 aeroportos que gerenciamos no Brasil, incluindo o uso de energia limpa, renovação de água e tratamento de esgoto”, enfatiza o diretor.
Planejamentos
No futuro, o Estado planeja metas ambiciosas para crescimento de cargas e passageiros. Fernando de Noronha, por exemplo, já recebe mais de 11 mil passageiros por mês e terá investimentos para a criação de um novo terminal. Esses investimentos visam melhorar a infraestrutura da ilha, garantindo uma experiência mais confortável aos visitantes e ao mesmo tempo protegendo o ecossistema local.
A ampliação das operações de carga é outra prioridade, com a perspectiva de criar terminais especializados para o armazenamento e transporte de produtos perecíveis. Essa iniciativa é crucial para sustentar o crescimento do agronegócio em Petrolina e outras regiões produtivas do Estado.
“A concessão permitirá ações conjuntas com outras secretarias e agentes econômicos, viabilizando um crescimento sustentável”, conclui Bezerra. Além disso, o Estado planeja parcerias com o setor privado para acelerar os investimentos necessários, garantindo que Pernambuco continue a se destacar como um exemplo de eficiência e inovação em infraestrutura aeroportuária.
Com essa abordagem integrada, Pernambuco busca consolidar sua posição como um hub logístico e econômico, alavancando sua infraestrutura aeroportuária para promover desenvolvimento, gerar empregos e fortalecer o seu papel no cenário nacional e internacional.
A combinação de investimentos estratégicos, modernização tecnológica e compromisso com a sustentabilidade coloca o Estado em uma trajetória de crescimento sólido e inclusivo, beneficiando todas as regiões conectadas por sua malha aeroportuária.