Bebidas: para tornar cada momento especial
Do café da manhã à balada, as bebidas estão presentes em cada hora do dia
A indústria brasileira de bebidas tem um sabor especial para cada momento do dia, seja uma celebração especial ou uma atividade trivial. É um setor que, no ano passado faturou R$ 127,7 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira de Indústria de Alimentos (Abia).
REFRIGERANTE
Campeã da categoria refrigerantes do Marcas que eu gosto, a Coca-Cola faz parte do cotidiano de milhares de consumidores no mundo. A marca não é apenas um produto. É uma grife com mais de três mil marcas e bebidas diferentes associadas à Coca-Cola Company, entre elas os sucos Del Valle e Ades, e o refrigerante Fanta. O Del Valle foi o primeiro lugar na categoria sucos desta edição. [Veja abaixo vídeo sobre a Coca-Cola]
Em Pernambuco, esses produtos são fabricados pela Solar, segunda maior fabricante do Sistema Coca-Cola no Brasil e uma das maiores do mundo. Atualmente, 12 mil colaboradores trabalham nas 12 fábricas e 36 centros de distribuição. Em Pernambuco são 2,6 mil funcionários.
A fábrica instalada em Suape tem capacidade de produção de 31,2 milhões de litros/mês. É a maior planta da Solar em todo o Nordeste e Mato Grosso. Os itens fabricados são distribuídos para 312 mil clientes (pontos de vendas) no País. “Somente em Pernambuco são 50 mil clientes e 9,2 milhões consumidores”, ressalta o vice-presidente Comercial da Solar, Nilson Tagliari.
Mesmo com um público consolidado, a Solar e a Coca-Cola mantêm investimentos altos em pesquisas de mercado e consultorias para atender as demandas do público. “Cada produto é pensado para atender um desejo e/ou uma necessidade dos consumidores”, explica Massud Junior, Diretor Comercial de Pernambuco.
SOMMELIER
Os hábitos dos brasileiros com relação ao consumo de bebidas alcoólicas mudaram. A Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), que reúne todas as categorias de bebidas alcoólicas: destilados, cachaça, cerveja e vinhos, observa que atualmente os consumidores têm mais acesso ao conhecimento sobre diferentes produtos e formas de produção. Isso fez com que as opções de escolha fossem ampliadas.
A resposta a esse novo perfil do consumidor é um portfólio mais diversificado das empresas, que procuram oferecer produtos mais acessíveis e linhas mais sofisticadas, incluindo muitas vezes produtos artesanais. “Nossos clientes são nossos sommeliers, são nossos maiores especialistas e estão cada dia mais exigentes, interessados, estudiosos e surpreendentemente engajados no mundo do vinho”, comenta Fabrício Navarro, representante comercial do vinho Quinta do Morgado, vencedor do Marcas que eu gosto na categoria Vinhos Nacionais.
Navarro explica que os interesses e preocupações dos consumidores são variados. Por isso, todo o investimento da vinícola é feito no campo, no aprimoramento de técnicas de vinificação, nos processos e na condução dos vinhedos. É um trabalho meticuloso, que dura o ano inteiro.
Atualmente, a produção do Quinta do Morgado é feita na Serra Gaúcha, na cidade de Flores da Cunha. É a maior cidade produtora de vinhos do País. A indústria tem 25 mil metros quadrados e de lá saem 100 itens, incluindo vinhos de mesa, frisantes, espumantes e outras bebidas.
Pernambuco ocupa uma posição de destaque na estratégia de crescimento da empresa, que se prepara para inaugurar uma unidade de destilados em Vitória de Santo Antão em 2020. Será a primeira planta fabril da companhia no Nordeste.
“Mobilizamos os agrônomos mais respeitados do mundo do vinho, fazemos intercâmbio de enólogos da África, Austrália, França. Inclusive, o Quinta do Morgado (Fante) teve eleito o Melhor Enólogo do ano de 2018 - Cedenir Fortunatti”, conta.
A inquietação e busca pela perfeição fazem com que o vinho Quinta do Morgado mantenha padrão safra a safra. Também traz uma busca pela inovação, com espumantes entre os últimos lançamentos, o Quinta do Morgado Moscatel, Quinta do Morgado Moscatel Rose e Quinta do Morgado espumante ICE. “Por isso não agradamos somente os paladares mais exigentes dos Brasileiros, mas também é o vinho mais exportado do Brasil”, frisa Navarro.
BEBIDA DEMOCRÁTICA
A aguardente faz parte da própria história de Pernambuco, que tem na produção canavieira um capítulo importante.
Vencedora da categoria Aguardente, a Pitú é herdeira direta desse legado. A marca pernambucana é líder dos mercados do Norte e Nordeste, e reina absoluta como a maior exportadora de cachaça do Brasil. Para se ter ideia, o volume médio de exportação anual da Pitú é de dois milhões de litros.
A cachaça que caiu no gosto dos gringos, nas brasileiríssimas caipirinhas, também é sucesso no território nacional, sobretudo para os pernambucanos. É o que mostra a pesquisa do Marcas que eu gosto. Com 81 anos de mercado e uma produção anual de 98 milhões de litros, fabricados na planta de Vitória de Santo Antão, em Pernambuco, a marca é a segunda cachaça mais consumida do País. Alexandre Ferrer, diretor comercial da Pitú, acredita que a Pitú conquista por ser uma bebida democrática, que une o preço atrativo e a qualidade. “Temos consumidores de todas as classes”, considera.
Essa diversificação do público consumidor também está atrelada à variedade de produtos oferecidos pela Pitú. “Estamos sempre próximos dos nossos clientes, buscando entendê-los”, diz Ferrer. Além da tradicional aguardente de cana pura, transparente, de sabor marcante, a Pitú Gold Premium, envelhecida em barris de carvalho americano por dois anos, e a Vitoriosa, que passa, no mínimo, cinco anos em barris de carvalho francês, agradam paladares mais refinados. Bebidas mistas como a Pitú Limão, a Pitú Cola, a vodka Bolvana e a bebida mista à base de vinho Do Frei, atendem outros públicos.
CONSUMO TROPICALIZADO
Destilado criado no clima frio da Escócia, o uísque encontrou consumidores fiéis nos trópicos. Justamente Pernambuco, onde o clima é sempre quente, é o estado brasileiro que mais consome a bebida no Brasil - 70 das 80 milhões de doses do consumo nacional anual. E, neste calor, o hábito de adicionar pedras de gelo e até uma água de coco ajudou a bebida a se popularizar. [Veja abaixo vídeo sobre Teachers]
Por ano, os brasileiros consomem 4,2 milhões de garrafas de Teacher’s, marca vencedora na categoria Uísque deste Marcas que eu gosto, a Teacher’s detém metade do mercado pernambucano de uísque e 32% do mercado nordestino.
A destilaria de Ardmore, na Escócia, é a responsável pela fabricação da bebida, que atende vários públicos. “O reconhecimento do consumidor comprova a nossa crença de que o consumidor não precisa pagar caro para ter acesso a um dos melhores uísques da Escócia produzido, inclusive, com maior quantidade maltes do que seus concorrentes”, argumenta.
De todo o uísque consumido no Brasil, 90% são apreciados pelos nordestinos. A presença da Teacher’s como patrocinadora de eventos que valorizam costumes e tradições do nordestino, como Carnaval e São João, só reforça o vínculo do público da região com a marca. “A nossa meta para este ano é alcançar um crescimento de 25% em países considerados emergentes, como o Brasil”, explica Walter Celli, presidente da Beam Suntory (detentora da marca) Brasil, Paraguai e Uruguai.
CAFÉ
O café é o combustível do brasileiro. No ano passado, foram responsáveis por mais de 15% do consumo global da bebida. Excluindo as bebidas prontas, o consumo de café por aqui cresceu entre 3% e 3,5% em 2018, de acordo com a Euromonitor Internacional. Foram mais de 22 milhões de sacas, o que equivale a 1,1 milhão de toneladas.
Com um mercado tão aquecido pela forte demanda, se destacar não é tarefa fácil. Mas o café Santa Clara, que já apareceu em outras edições do Marcas que eu gosto e faturou o primeiro lugar na categoria café, faz o desafio parecer fácil. A marca pertencente ao Grupo 3Corações, que é líder em cafés torrados e moídos no Brasil.
A história da Santa Clara, que começou no Rio Grande do Norte, com um comerciante visionário, chamado João Alves Lima, que fazia venda de grãos crus porta a porta, se tornou a trajetória de uma grande empresa que emprega mais de cinco mil pessoas e cativa milhares de consumidores. O produto da clientela é o Santa Clara clássico, mas a marca possui um portfólio bem variado, que vai desde o café solúvel até linhas premium.
A empresa lançou a linha de cafés especiais, o Santa Clara Reserva da Família, também disponibilizado em cápsulas e o clássico filtrado de Santa Clara, ideal para o apreciador do café filtrado.
Para estimular a tradição e o prazer do consumo do café, a Santa Clara abriu cafeterias de rua. No Recife há três unidades Santa Clara Reserva da Família.
OLHO NA QUALIDADE
As pessoas costumam ter um olhar mais criterioso sobre produtos de consumo diário e relacionados à saúde. É importante saber, por exemplo, a procedência da água mineral que se consome. E, com a facilidade de acesso à informação que as redes sociais trouxeram, os consumidores estão ainda mais curiosos e atentos à qualidade.
Fundada no município de Camaragibe, no Grande Recife, a Água Mineral Santa Joana foi aprovada com louvor pelos consumidores. A marca é vencedora da categoria Água Mineral do Marcas que eu gosto deste ano. “As maiores demandas que recebemos é sobre a qualidade mesmo. A forma que armazenamos, envasamos e como nos preocupamos com o meio ambiente, já que vendemos alimentos e saúde para eles”, explica Romena Torres, diretora da empresa.
Atualmente a empresa possui quatro fábricas, todas em Pernambuco. Uma das unidades que fica no Recife e dedica-se à produção da linha de embalagens descartáveis é uma das mais modernas da América Latina. A produção diária é de 120 mil pacotes com 12 unidades de garrafas. “Só retiramos do subsolo apenas 5% da capacidade de renovação diária do manancial”, ressalta Romena, ratificando o compromisso ambiental da empresa.
“Investimos em pesquisas para termos um melhor posicionamento no mercado”, argumenta Lenilson Torres Filho, também diretor da companhia.
ATENTOS ÀS DEMANDAS REGIONAIS
Na categoria Leite, a marca Camponesa é a grande vencedora desta edição. Produzida pela Embaré Indústrias Alimentícias, sexta maior empresa de lácteos do País, a Camponesa tem o terceiro lugar de market share de leite em pó no Nordeste. Em Pernambuco a participação de mercado é ainda maior, 61,9% da fatia de mercado.
“Entendemos que as pessoas estão cada vez mais exigentes em relação a preço, qualidade e atendimento,”, considera Cássio Alexandre Pereira de Castro, gerente da divisão inovação da Embaré Indústrias Alimentícias.
A Embaré tem uma fábrica em Lagoa da Prata, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, com capacidade de processamento de 2,4 milhões de litros de leite por dia. “Ouvimos o mercado sempre respeitando as particularidades de cada região em que atuamos”, comenta o gerente de inovação. Recentemente a empresa revitalizou a linha de embalagens de leite UHT, creme de leite, leite condensado e do nosso doce de leite pastoso e em barra. As novas embalagens serão introduzidas em breve no mercado.
“Transformar uma ideia em um produto exige muito esforço e o trabalho de muita gente”, considera o gerente. “Uma das mudanças mais significativas foi termos decidido ampliar nosso mix de produtos. Entendo que não vamos mais parar de lançar, sempre ouvindo o mercado, a fim de atendermos as necessidades de nossos consumidores.”