Pernambuco é destaque nacional na educação
Segundo dados divulgados pelo governo federal, Estado ficou em terceiro lugar no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
Em 2024, Pernambuco se destacou mais uma vez no cenário educacional brasileiro. O Estado ficou em terceiro lugar no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) com a Escola de Aplicação do Recife, da rede estadual de ensino, que teve a mesma nota do segundo colocado (7,5).
O resultado é reflexo de um trabalho que vem sendo realizado pela Secretaria Estadual de Educação e Esportes (SEE) para superar os desafios educacionais do Estado. Desde melhorias na infraestrutura escolar até a implementação de programas educacionais e de qualificação inovadores.
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Evasão
O secretário da pasta em Pernambuco, Alexandre Schneider, destaca quais são os principais desafios enfrentados nessa trajetória e as estratégias implementadas para driblá-los e melhorar a qualidade do ensino.
De acordo com Schneider, a evasão escolar continua sendo um desafio significativo para o Estado e combatê-la é uma das prioridades da secretaria. Ele ressalta que entregas, iniciativas e programas têm contribuído para a redução desse índice. No entanto, ainda é preciso ficar atento.
“O Governo de Pernambuco tem trabalhado intensamente para reduzir as taxas de evasão escolar, principalmente no Ensino Médio, que é um momento crítico para muitos jovens” afirma Alexandre.
Alexandre Schneider, Secretário de Educação de Pernambuco. Foto: Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco.
O transporte escolar de qualidade é apontado pelo gestor como um fator determinante para o combate à evasão escolar, principalmente para os alunos do interior do Estado. Sem transporte, muitos acabam abandonando os estudos.
“Por isso, até o momento, 633 veículos de transporte escolar, entre ônibus e vans, já foram entregues pelo Governo de Pernambuco através do regime de colaboração com os municípios”, relata o secretário.
A entrega dos veículos também faz parte do programa Juntos pela Educação, que tem como uma das metas entregar mil novos ônibus escolares até 2026. A estimativa é de que mais de 20 mil alunos sejam impactados diretamente pelas entregas, que representam um investimento de R$ 549.670.271, até o momento.
Integral
Além disso, outras estratégias foram implementadas e seguem sendo desenvolvidas para combater a evasão escolar e melhorar a qualidade do ensino. Entre as mencionadas pelo secretário estão a criação de escolas em tempo integral e a expansão de programas de bolsa de incentivo, como o programa de monitoria.
“A criação das escolas de tempo integral foi um divisor de águas. Ao manter os alunos mais tempo na escola, oferecemos não só uma educação de qualidade, mas também atividades que os mantêm engajados, o que é essencial para evitar que deixem os estudos,” explica Alexandre Schneider.
O programa de monitoria também tem contribuído para a retenção dos alunos. Com mais de sete mil monitores entre o Ensino Fundamental e Médio, o programa permite que alunos auxiliem os colegas no aprendizado e desenvolvam habilidades como liderança e didática. A iniciativa fortalece o vínculo dos alunos com a escola e o processo de aprendizagem.
“A monitoria, além de ser remunerada através de um incentivo financeiro, motiva outros alunos a se interessarem mais pelos estudos. Vamos seguir avaliando o impacto do programa para identificar melhorias e garantir que ele continue fortalecendo a participação dos alunos na escola”, afirma o secretário.
Luiz Gustavo Vieira de Oliveira, de 17 anos, aluno do 2º ano do Ensino Médio da Escola Pedro Celso, que fica na Linha do Tiro, Zona Norte do Recife, é monitor de português desde janeiro. Para Luiz, o programa teve um papel fundamental no seu desenvolvimento pessoal.
“Ser monitor me ajudou a desenvolver maturidade e a gostar ainda mais de leitura. Isso me deu uma motivação extra para continuar estudando e querer, no futuro, ser professor”, conta o estudante.
Wesley Almeida, de 18 anos, também aluno do 2º ano e monitor de matemática da Escola Pedro Celso, destaca a importância desse papel na sua vida acadêmica e pessoal.
“Ser monitor me ajudou muito a melhorar minha comunicação. Além disso, sinto que estou fazendo a diferença na vida dos meus colegas, que muitas vezes têm dificuldades em tirar dúvidas com o professor”, relata Wesley.
Wesley Freitas de Souza, Monitor de matemática da Escola Pedro Celso. Foto: Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco.
Infraestrutura
Outro desafio apontado por Schneider é a infraestrutura das escolas estaduais, que precisam de melhorias contínuas. Algumas, segundo o secretário, são muito antigas e não comportam certos tipos de reformas e inovação.
Para driblar esses desafios, o governo já reformou diversas escolas e entregou 70 laboratórios móveis para unidades que não possuíam à disposição um espaço físico para a criação de um laboratório tradicional. A meta é entregar mais 2.400 novos laboratórios até o final do ano.
Alexandre Schneider pontua a importância de continuar investindo na melhoria das condições de trabalho dos profissionais da educação, o que inclui a formação continuada de professores e gestores escolares.
“Nossa meta é garantir que todas as escolas tenham uma boa infraestrutura e um quadro completo de bons profissionais, proporcionando uma formação continuada que esteja alinhada com as necessidades pedagógicas atuais”, acrescenta o gestor.
O gestor ressalta que “investir na formação continuada dos docentes é garantir que os alunos recebam uma educação atualizada e de qualidade. Oferecemos cursos, workshops e parcerias com universidades para que nossos professores estejam sempre em sintonia com as melhores práticas pedagógicas”, detalha Alexandre.
A professora de português, Maria Ferreira de Paula, que leciona na Escola Pedro Celso, reafirma a importância da formação continuada e como ela tem ajudado os professores a se adaptarem às novas tecnologias e às demandas da sala de aula moderna.
“Sempre participo. Só neste ano já estive em duas formações. Isso é muito relevante para nós, principalmente com relação à tecnologia e como trazê-la para o ambiente de sala de aula, a maneira de se colocar e de trabalhar essas ferramentas, entre outros fatores”, conta a professora.
Maria Ferreira de Paula, Professora de português da rede estadual de ensino. Foto: Ricardo Fernandes/Folha de Pernambuco.
Capacitação
A SEE também tem investido na capacitação profissional dos alunos ainda no ensino básico. Uma das iniciativas mais recentes é o Trilha Tec, programa de qualificação tecnológica com 35 mil vagas destinadas aos estudantes do Ensino Médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
O programa, desenvolvido em parceria com o Sistema S (Senai e Sesc) e o Cesar School, oferece aperfeiçoamento, iniciação profissional ou qualificação em escolas regulares, permitindo que os alunos da rede pública adquiram habilidades essenciais para o mercado de trabalho — complementando o itinerário das escolas técnicas já existentes.
“Nosso objetivo é preparar os alunos não apenas para o mercado de trabalho, mas também para aqueles que desejam continuar os estudos em nível superior. Temos discutido com nossos parceiros como podemos apoiar a ampliação das formações em áreas estratégicas, para garantir que nossos alunos estejam preparados para os desafios da nova economia”, Schneider.
Gibson Wendell, de 19 anos, é um exemplo do impacto de programas como o Trilha Tec. Ex-aluno da rede estadual, estudante de Análise de Sistemas, e estagiário do Cesar School, atua como instrutor no curso de desenvolvimento web na Escola Pedro Celso.
“Durante o Ensino Médio, fiz técnico em manutenção e suporte de informática, e isso despertou meu interesse pela área de programação. O Trilha Tec é uma oportunidade fantástica para que outros alunos também possam descobrir essa paixão e transformá-la em uma carreira”, conta o instrutor.
Para Solange Bezerra, gestora da Escola Pedro Celso, onde tanto o Trilha Tec quanto a Monitoria Estudantil estão ativos, programas como esses têm grande relevância na construção do futuro dos alunos.
“Essas iniciativas trazem oportunidades que muitos dos nossos alunos não teriam de outra forma”, afirma Solange. Ela ressalta ainda a importância da inclusão proporcionada pelos programas. “Por meio dessas ações, alunos de diferentes realidades, têm acesso não apenas à educação, mas a possibilidade real de transformação social”, conclui a gestora.
Impacto
O secretário enfatiza a importância de monitorar e avaliar continuamente o impacto e sustentabilidade das políticas educacionais implementadas, para ajustar e aprimorar as estratégias.
“Estamos gerenciando bem o orçamento para garantir que essas políticas sejam sustentáveis e que possamos continuar entregando resultados significativos”, afirma o gestor.
Para o futuro, a SEE tem como meta garantir uma evolução contínua nos indicadores de aprendizagem. Entre as próximas ações, estão a implementação do novo currículo do Ensino Médio e a ampliação das formações profissionais voltadas para a nova economia.
“Nosso projeto é garantir uma melhora contínua no processo de educação, preparando nossos alunos para os desafios do futuro”, conclui o secretário de Educação de Pernambuco, Alexandre Schneider.