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Alimentação equilibrada: fundamental para a qualidade de vida; saiba o que orientam os especialistas

O que comemos, combinado a outros fatores, pode contribuir tanto para uma boa saúde como para um organismo mais propenso a doenças

O segredo da boa alimentação não está na quantidade, mas no equilíbrio dos nutrientes consumidosO segredo da boa alimentação não está na quantidade, mas no equilíbrio dos nutrientes consumidos - Foto: KaranAydinov/Freepik.com

“Você é o que você come”. Essa máxima faz muito sentido quando falamos sobre a relação da alimentação com a manutenção da saúde. Tudo o que consumimos tem reflexo no corpo, na estrutura, fisiologia e funcionamento do nosso organismo. Portanto, para ter uma boa saúde é imprescindível cuidar da alimentação - claro que também considerando-se outras determinantes, como fatores genéticos, a prática de exercícios físicos, o sono e outros hábitos de vida.

É através dos alimentos que encontramos os nutrientes necessários para as diversas funções do organismo. “Uma alimentação saudável nos protege contra as deficiências nutricionais que prejudicam o funcionamento do nosso corpo/organismo e também ajuda a prevenir vários tipos de doenças”, diz a nutricionista Natália Meira.

E quais nutrientes são esses que o ser humano precisa consumir? Basicamente, há dois grupos: os macronutrientes e os micronutrientes. No primeiro estão os carboidratos, as gorduras e proteínas. “São eles que garantirão a energia para o corpo e atuarão na sua função estrutural”, explica a nutricionista Jordânia Veloso. No segundo estão as vitaminas e minerais, que são “responsáveis pelo nosso metabolismo e todas as ações fisiológicas que ocorrem dentro do organismo”, continua.

Equilíbrio é imprescindível
Um princípio básico para uma alimentação que traga benefícios à saúde é o equilíbrio no consumo dos variados tipos de alimentos (e, consequentemente, de nutrientes). Isso porque, naturalmente, nosso corpo necessita de quantidades específicas desses nutrientes para a realização de suas funções.  “Com uma alimentação balanceada, em quantidades adequadas de carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais, permitimos que o corpo tenha o seu funcionamento adequado”, destaca Jordânia.

Jordânia Veloso, nutricionistaJordânia Veloso orienta a diversidade de alimentos para a saúde do organismo | Foto: Lorraine Quites/Divulgação

Portanto, o excesso ou a carência deles pode acarretar problemas à saúde. “Quando consumimos em excesso isso acaba promovendo a obesidade, associada com distúrbios cardiovasculares. Quando consumimos de menos, ou seja, uma alimentação pobre em vitaminas e minerais, isso pode influenciar num quadro de desnutrição associada a carências nutricionais, como é muito comum encontrar em indivíduos com anemia ferropriva [causada por deficiência de ferro]”, explica o nutricionista Crístenes Melo.

Como exemplo de nutrientes e seus benefícios, os profissionais de saúde citam as fibras obtidas por meio do consumo de frutas, verduras, leguminosas (feijões, lentilhas, grão de bico etc) e cereais integrais. As fibras agem tanto no tratamento quanto na prevenção de doenças cardiovasculares, assim como também influenciam na saúde do trato intestinal.

As fibras solúveis, por exemplo, “podem agir no sentido de aumentar o tempo do trânsito gastrointestinal e reduzir a absorção, pelo intestino, do colesterol ruim, o LDL”, afirma Natália. “Elas também agem inibindo a produção excessiva de colesterol pelo nosso organismo”, destaca. “As fibras também aumentam a saciedade do indivíduo, e a pessoa mais saciada vai consumir menos calorias durante o dia”, continua.

Natália Meira, nutricionistaNatália Meira: alimentação saudável também ajuda a prevenir doenças | Foto: Bruno Neves/Divulgação

Para a saúde da pele, Jordânia indica os carotenóides, encontrados em vegetais de cor laranja e amarela - como a manga e a cenoura -, o selênio, encontrado na castanha do Pará, a vitamina C, que vai ajudar no processo de produção de colágeno - um tipo de proteína se perde ao longo da vida -, comenta a nutricionista. Também é recomendado o consumo do licopeno, que é encontrado no tomate, e deve ser priorizado na sua forma aquecida, “pois ele fica mais biodisponível”, continua.

Alimentação e desempenho físico
É importante salientar que cada organismo é único, tem necessidades específicas e, assim sendo, demanda um tipo de dieta específica, a depender também dos hábitos e práticas particulares de cada indivíduo. “Além de ter uma alimentação bem equilibrada, é importante ser praticante de atividade física para uma boa saúde cardiometabólica”, destaca Crístenes Melo.

“Um esportista (atleta) necessita de uma oferta energética bem maior quando comparada a de um indivíduo que pratica atividade física apenas por saúde. O gasto de energia e recursos eletrolíticos são bem maiores nos atletas. Então, acabam consumindo mais alimentos”, observa Crístenes.

Crístenes MeloCrístenes Melo destaca alimentação bem equilibrada e prática de atividade física | Foto: Acervo pessoal/ Divulgação

Os principais nutrientes que um atleta consome são proteínas e carboidratos. “Principalmente, aquele carboidrato que vai fornecer energia rápida, imediata, durante uma modalidade esportiva, como também a quantidade de proteína. Existe uma necessidade maior por conta do processo de síntese, construção e reparação muscular após o exercício físico intenso”, continua.

Atenção aos ultraprocessados
Infelizmente, grande parte da população negligencia a alimentação e consome o que, a longo prazo, pode trazer complicações à saúde: os alimentos ultraprocessados, industrializados. Hambúrgueres, salsichas, linguiças, temperos industrializados. Esses e tantos outros acabam se tornando vilões da nossa saúde quando consumidos de forma aleatória e excessiva, segundo os especialistas.

“Os ultraprocessados e industrializados trazem um teor muito alto de carboidratos, gorduras e aditivos químicos. E o seu consumo excessivo pode acarretar em doenças crônicas não transmissíveis, essas que decorrem dos nossos hábitos”, diz Natália Meira. “O consumo excessivo de ultraprocessados, de carne vermelha, pode aumentar a predisposição ao desenvolvimento de algum câncer”, destaca.

“A questão é que a população, de maneira geral, faz um consumo exagerado de ultraprocessados. Esses alimentos, além de apresentar um alto valor calórico, são pobres em algumas vitaminas e minerais”, pontua Crístenes.

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