Boa relação com a natureza gera valor para setor de saúde
Hospitais como o Jayme da Fonte, no Recife, investem em ações sustentáveis como forma de contribuir para a preservação do planeta e do bem-estar das pessoas.
Uma lição valiosa que a pandemia reforçou para toda a humanidade foi a urgente necessidade de se buscar uma relação harmoniosa com o meio ambiente. Afinal, dentre as hipóteses formuladas por cientistas para investigar a origem do Sars-Cov-2, a mais provável dá conta de que o vírus habitava morcegos e teria contaminado os seres humanos a partir do consumo desse tipo de carne no Mercado de Wuhan, na China, onde foram notificados os primeiros casos da doença no mundo.
Com tantos seres microscópicos - e potenciais agentes infecciosos - no planeta, acende-se o alerta para os riscos trazidos pela exploração predatória da natureza.
Diante disso, o assunto tem sido cada vez mais valorizado na área da saúde, incentivando empresas do setor a investir em ações de conservação ambiental e uso consciente dos recursos naturais.
Sediado no bairro das Graças, Zona Norte do Recife, o Hospital Jayme da Fonte mantém, há mais de dois anos, um programa de sustentabilidade, batizado Sustentabilidade JF. O projeto tem como diretriz principal minimizar a emissão de carbono e, dessa forma, ajudar a reduzir as consequências do agravamento do efeito estufa.
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Entre as medidas tomadas, está a mudança na forma de utilizar a eletricidade. O complexo hospitalar, que consome mais de 500 megawatts/hora, passou a utilizar energia eólica e solar. A partir disso, houve a troca de todo o sistema de iluminação e refrigeração, além do fornecimento de água e descarte de resíduos.
Também é realizada uma campanha interna para conscientização dos colaboradores sobre o uso racional dos insumos. “Nosso olhar é de futuro, com ações simples, mas de grande impacto, pois preservar o meio ambiente é também cuidar da saúde”, afirma o diretor técnico da unidade, João Lampropolus.
Resultados e reconhecimento
O programa trouxe benefícios que se expressam em números. De acordo com a instituição, dados do Sistema Interligado Nacional (SIN) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações mostram que, em 2020, o hospital deixou de emitir mais de 208 toneladas de dióxido de carbono (CO2), o que seria equivalente ao plantio de 1.500 árvores nesse período.
Para a instituição, que recentemente recebeu o selo prata da Organização Nacional de Acreditação (ONA) por qualidade de serviço na área da saúde, a preocupação com a causa ambiental se soma à reestruturação da unidade, fortalecendo o atendimento ao público. Com as restrições impostas pela pandemia, houve reforço na oferta de leitos, chegando a mais de 200, e modernização das instalações, incluindo as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), as alas específicas para alta complexidade, a emergência e o centro de diagnóstico.
“Somos uma empresa com visão de futuro, focada na qualidade de seus serviços, no atendimento seguro e eficiente ao nosso paciente. Por isso, temos que cuidar do amanhã, enxergando a responsabilidade ambiental como um compromisso cotidiano, como estamos fazendo”, avalia o diretor técnico João Lampropolus.