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Recursos humanos

Crise sanitária causada pela pandemia reafirma valor da equipe multidisciplinar

Trabalho integrado de profissionais vindos de campos diferentes de atuação é uma das principais lições aprendidas desde a chegada da Covid-19.

Equipes de saúde incluem profissionais de especialidades diversasEquipes de saúde incluem profissionais de especialidades diversas - Foto: Sasin Tipchai/Pixabay

Mais do que prescrever remédios e indicar tratamentos, a rede de cuidados que envolvem o trabalho das equipes de saúde é, antes de tudo, multidisciplinar. Para enfrentar uma doença complexa como a Covid-19, que gera complicações em diferentes partes do organismo, os serviços hospitalares precisam lançar mão de todo o arcabouço teórico e prático disponível, incluindo as mais diversas especialidades.

Para o médico intensivista Arthur Faria, vice-presidente da Sociedade Pernambucana de Terapia Intensiva (Sotipe), o valor do trabalho integrado de profissionais vindos de campos distintos de atuação é uma das principais lições aprendidas na pandemia. Na visão do especialista, quanto maior for a compreensão da influência que cada trabalhador pode ter na qualidade de vida dos pacientes, mais forte se torna o próprio sistema de saúde.

“Geralmente, se tende a valorizar mais o médico do que a equipe multiprofissional, e não há como ter um hospital, com apartamentos, enfermarias, ambulatórios, sem toda a equipe. Tem que todo mundo funcionar de maneira coesa”, observa. “Nós passamos por um período muito difícil e, naturalmente, depois disso, a equipe se fortalece. Quanto maior a divulgação das equipes como um todo, mais você vê a importância do fisioterapeuta que está junto do paciente na parte da reabilitação ou do técnico de enfermagem, que o mobiliza e o medica da maneira correta”.

Infecção de fases
Da gripe mais leve à Síndrome Respiratória Aguda Grave, a Covid-19 passa por diferentes fases, que agravam o quadro do paciente à medida que o vírus se replica e provoca uma reação inflamatória pelo corpo. Não apenas os pulmões, mas o sistema cardiovascular e órgãos como os rins, fígado e até o cérebro podem ser afetados pelas sequelas da doença, fora as complicações causadas pelo longo período de internação no hospital.

No decorrer de todo esse processo, o paciente é acompanhado por especialistas de diferentes áreas, que vão da clínica à infectologia, passando por psicólogos, enfermeiros, nutricionistas, técnicos em enfermagem, fisioterapeutas e pneumologistas, entre outros. 

Diretor técnico médico do Real Hospital Português, onde atuam 500 médicos e mais 2.500 parceiros, além de outros 3 mil profissionais de saúde, Cristiano Hecksher destaca o papel não só de quem trabalha diretamente no tratamento das doenças, mas de outras categorias profissionais que se mostram essenciais.

“A assistência foi, por demais, demandada. Mostrou bravura, coragem e eficiência técnica. Mas todo esse trabalho não seria possível se não tivesse o apoio na retaguarda, abrangendo não só a linha de frente, mas todos que fazem parte da construção de um hospital: limpeza, almoxarifado, compras etc”, recorda.

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