MV: transformação digital e o futuro da saúde
Paulo Magnus, fundador e CEO da MV, especialista em tecnologia para a saúde, discute o impacto das inovações na área
A partir da aceleração da inovação tecnológica, a saúde é uma das áreas que mais tem se beneficiado de avanços que vão muito além das práticas convencionais. Evoluções essas que ampliam o potencial de diagnóstico e tratamento e oferecem novas esperanças para pacientes e profissionais de saúde.
Paulo Magnus, fundador e CEO da MV - multinacional líder no desenvolvimento de sistemas para a saúde -, discute o impacto dessas inovações, que vão desde a automação de processos hospitalares até a crescente presença da Inteligência Artificial, que auxilia em diagnósticos cada vez mais precisos.
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Precisão
Paulo Magnus conta que a MV iniciou sua trajetória terceirizando o processo do faturamento de hospitais e, com o tempo, percebeu a potencial demanda pela automação em todas as operações hospitalares, e assim, a empresa passou a desenvolver sistemas para automatizar rotinas de saúde.
“No início, esses sistemas eram ‘ilhas’ — faturamento, recepção, estoque —, mas depois os integramos, expandindo para São Paulo, na década de 90, e após desafios como o ‘bug do milênio’ com soluções robustas”, explica o empresário. A empresa sempre buscou oferecer soluções abrangentes para médicos, pacientes e operadoras de planos de saúde, priorizando ferramentas que facilitem o trabalho e aumentem a eficiência. “Desenvolvemos ferramentas que acompanham o processo completo, desde a anamnese até a dispensação de medicamentos na farmácia”, conta o CEO.
Avanços
Para Magnus, a digitalização e a integração da Inteligência Artificial (IA) às tecnologias em saúde trouxeram maior precisão e segurança aos diagnósticos e tratamentos. “Hoje, com hospitais digitais e a IA integrada aos sistemas, cruzamos dados vitais dos pacientes com bibliotecas internacionais, identificando diagnósticos e checamos prescrições com maior segurança”, afirma o fundador. A certificação de hospital digital, fornecida internacionalmente pela Healthcare Information and Management Systems Society (HIMSS), foi conquistada pelo Hospital Unimed Recife III, primeiro hospital digital da América Latina, e na UPA da Imbiribeira, também foi pioneira a se tornar a primeira unidade pública totalmente sem papel no Recife, ambos clientes da MV.
“A tecnologia aprimora a assertividade e a segurança, permitindo que os profissionais foquem em interações mais empáticas”, enfatiza o executivo.
Uma das inovações é a prescrição médica digital, integrada ao prontuário eletrônico, que, segundo Magnus, permite economizar até 50% do tempo em comparação ao papel. Para os pacientes, a MV investiu em tecnologias que colocam os dados de saúde sob controle do próprio usuário. Além disso, a segurança de dados é uma preocupação constante.
“Com a chegada da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), esse aspecto ganhou ainda mais relevância. Nossas tecnologias já têm protocolos de proteção, mas, com a crescente digitalização, o risco de ataques cibernéticos também aumenta. Trabalhamos continuamente para reforçar a segurança e garantir a integridade dos dados. Desenvolvendo soluções que permitem ao paciente gerenciar suas informações clínicas e monitorar atividades de saúde. Tudo isso com segurança e em um único aplicativo”, conta.
Telemedicina
A MV investe em telemedicina há mais de uma década, facilitando o acesso a lugares remotos. “Na pandemia, disponibilizamos nossas tecnologias gratuitamente para o setor público. Em Pernambuco, mais de 50 mil pessoas foram atendidas via telemedicina”, relata Magnus. A ferramenta leva atendimento para quem tem dificuldades em acessar presencialmente. Magnus defende a integração completa dos dados entre unidades de saúde para agilidade no atendimento.
“Em cidades como Recife, as unidades são independentes, e os dados do paciente não o acompanham rapidamente. Nossa visão é ter um sistema no qual todas as informações estejam conectadas e acessíveis. Estamos implementando esse modelo em Belo Horizonte, que será a primeira capital com saúde pública totalmente digital e com prontuários integrados.”
Obstáculos
Magnus aponta que a resistência a investimentos em soluções digitais e a percepção dos gestores acerca dos benefícios da tecnologia é um dos principais obstáculos à digitalização da saúde no Brasil.
“Muitos gestores priorizam equipamentos tradicionais e são resistentes ao digital. Após a pandemia, notamos uma leve queda no uso da telemedicina. Profissionais e pacientes tendem a preferir o modelo presencial, mas essa tecnologia proporciona acessibilidade a muitos”, pontua Paulo.
O diferencial da MV está em seu ecossistema completo de soluções, que atende operadoras de planos de saúde, clínicas diagnósticas, consultórios, hospitais e o setor público. “Nossa tecnologia permite criar protocolos personalizados para cada paciente, facilitando o trabalho do médico e promovendo uma experiência integrada”, detalha o CEO.
Futuro
Magnus vê a tecnologia como fundamental para transformar o cuidado da saúde, especialmente em áreas como a oncologia, onde avanços já possibilitam a cura de muitos tipos de câncer. “Pacientes que antes tinham meses de expectativa de vida agora podem viver mais de uma década ou até alcançam a remissão total do tumor. Além disso, as cirurgias assistidas por robôs trazem uma precisão que seria difícil para uma mão humana, além de aumentar a produtividade”, afirma.
Ele relata ainda que, desde o início desse processo de evolução, a MV sempre buscou protagonismo ao criar soluções inovadoras para diversas áreas da saúde. “Em todos os avanços significativos em tecnologia na área de saúde ao longo das últimas décadas, a MV esteve presente e atuante.”
Magnus aposta na tecnologia como o principal revolução da saúde e afirma que a sua empresa está trabalhando para promover um futuro próximo com saúde 100% digital. “Meu sonho é ver a saúde digital no Brasil como em países como Israel, digital há mais de 30 anos. Isso permite prever diagnósticos precoces e salvar vidas ao possibilitar que as pessoas busquem tratamento antes de o problema se agravar. Acredito que a tecnologia será o principal agente transformador, e estamos trabalhando para que, nos próximos dez anos, o Brasil tenha um sistema de saúde completamente digital e acessível”, conclui.