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ACUSAÇÃO

Mais de 100 jogadoras assinam carta que cobra fim de contrato da Fifa com gigante saudita

Riad é única candidata para Copa do Mundo masculina de 2026 em meio a guinada de investimentos no esporte

O presidente da Fifa Gianni Infantino e o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman: aliadosO presidente da Fifa Gianni Infantino e o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman: aliados - Foto: Montagem com fotos de AFP

A Fifa recebeu uma carta assinada por mais de 100 jogadoras de futebol em que elas pedem o cancelamento do patrocínio da gigante petrolífera saudita Aramco — detida em quase sua totalidade pelo Estado saudita — por considerarem ser um "golpe no estômago" para o esporte. O contrato foi assinado para a Copa do Mundo masculina de 2026 e feminina de 2027 e anunciado em abril.

As signatárias de 24 países afirmaram que o fim do contrato é necessário por razões humanitárias e ambientais e acusaram a Arábia Saudita de tentar "lavar a sua imagem" internacional por meio de investimentos no futebol.

"Como jogadoras de futebol, temos a responsabilidade de mostrar ao mundo e à próxima geração o que é certo. A Fifa sempre proclama que quer que o futebol seja inclusivo e dê o exemplo. Se sim, certifique-se de se alinhar com patrocinadores que dão o exemplo", disse a atacante do Manchester City Vivianne Miedema.

A Fifa disse à BBC Sport que “valoriza sua parceria com a Aramco” e destacou que as receitas de patrocínio foram reinvestidas no futebol feminino "em todos os níveis". Segundo o The Times, as receitas, que não foram detalhadas pela Associação Internacional da Federação de Futebol, ascendem a 90 milhões de euros por cada ano de contrato.

"As principais causas são acusações de que a Arábia Saudita está investindo no esporte e utilizando grandes eventos para melhorar sua reputação internacional, uma série de ações que se qualificam como 'lavagem de imagem'. Além das críticas que recebe por violação dos direitos humanos, [citam] o abuso dos direitos das mulheres e a criminalização da homossexualidade", detalhou o jornal Marca.

Contrato com gigante saudita

A gigante petrolífera saudita Aramco tornou-se o "grande patrocinador global" da Federação Internacional de Futebol (FIFA) até ao final de 2027, anunciou em abril a instituição.

O acordo de quatro anos permite à empresa pública da Arábia Saudita, único país candidato à organização do Campeonato do Mundo de 2034, tornar-se patrocinadora da Fifa "com direitos que cobrem vários eventos", incluindo a Copa do Mundo masculina de 2026, a ser organizada pelos Estados Unidos, pelo Canadá e pelo México, e também a Copa do Mundo feminina, um ano depois.

A poderosa monarquia do Golfo — rica em petróleo mas muitas vezes apontada pelas suas violações dos direitos humanos — investiu bilhões de dólares no esporte global nos últimos anos. A estratégia está enquadrada no projeto “Visão 2030”, que a visa a transformar o reino num país de negócios e turismo, reduzindo a sua dependência dos rendimentos provenientes da energia fóssil.


"Este patrocínio ajudará a Fifa a organizar com sucesso as suas competições mais importantes nos próximos quatro anos e, tal como nos restantes acordos comerciais, permitir-lhe-á apoiar as 211 federações em todo o mundo", acrescentou o presidente da instituição, Gianni Infantino na ocasião.

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